Entre novembro de 2020 e setembro deste ano, a projeção da relação dívida pública com o Produto Interno Bruto para o fim de 2021 caiu de 96,5% para 83%. Os números foram divulgados pelo economista Samy Dana, por meio do portal de notícias da Rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira, 8. Ele cita as considerações de Manoel Pires, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
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O especialista do FGV Ibre lista alguns fatores que influenciaram para a melhora do resultado, como a recuperação de vários empréstimos realizados aos bancos públicos, o controle dos gastos da Previdência — graças à reforma feita em 2019 — e o aumento do salário mínimo limitado à inflação. Entre as causas que ajudaram no desempenho, Pires também inclui a taxa básica de juros da economia, mantida em 2% até março, e a alta dos preços das commodities no exterior, beneficiando as exportações e gerando mais arrecadação.
Contudo, Dana afirma que alguns problemas ameaçam a relação dívida/PIB nos próximos anos: a obrigação de pagar R$ 89 bilhões de precatórios em 2021, os juros que voltaram a subir e estão em 5,2% ao ano e a queda de alguns produtos que o Brasil envia ao exterior. O minério de ferro, por exemplo, registrou perda de 55% entre julho e agosto.