Ross Douthat, um dos poucos colunistas considerados de direita que escreve uma coluna no New York Times, lançou um novo livro: The Decadent Society: How We Became the Victims of Our Own Success (“A Sociedade Decadente: Como Nos Tornamos as Vítimas do Nosso Sucesso”).
E um dos poucos sujeitos que decidiu resenhar o livro com imparcialidade foi ninguém menos que Peter Thiel.
Para quem ainda não ligou o nome a pessoa, Thiel ficou célebre por ter sido um dos “investidores-anjos” do Facebook e também por ter sido um dos criadores da empresa PayPal.
Como se não bastasse, ele é um intelectual renomado. Escreveu o livro De Zero a Um e também é responsável por ser o fundador da Imitatio, um think tank que divulga as ideias do pensador René Girard, de quem Thiel foi aluno durante a sua passagem na Universidade de Stanford.
Enfim, é alguém que entende de progresso humano, científico e tecnológico – e, não à toa, é visto como um dos gurus das empresas do Vale do Silício.
Na sua resenha sobre o livro de Douthat, que será publicada na edição de Março da revista First Things, Thiel comenta sobre os quatro aspectos que levariam um país a viver sua decadência moral e política: estagnação (mediocridade tecnológica e econômica); esterilidade (queda nos índices de nascimento); esclerose (falência institucional); e repetição (exaustão cultural).
De acordo com Thiel, devemos ficar alertas com o fato de que o caminho para o progresso sempre começa com moderação; por isso, esses aspectos citados acima não podem ser motivo para desânimo ou – no pior dos casos – o extremismo.
Com sua inteligência aguçada, ele nos avisa de uma regra básica (mas infelizmente esquecida) na ciência política: tanto o otimismo exagerado como o pessimismo fatal nos levam à apatia. O verdadeiro liberalismo sempre encontra o caminho do meio, que é o mesmo do equilíbrio e o da justiça.