Projetos demoram mais, a colaboração fica mais difícil e treinar novos funcionários virou um sufoco: tudo indica que o home office não é sustentável
Quando boa parte dos trabalhadores foram obrigados por governos e empresas a trabalharem de forma remota por causa da pandemia, um novo mundo se abriu: ao mesmo tempo em que muitos funcionários passaram a produzir aparentemente mais, companhias — principalmente as de grande porte, que pagam altos aluguéis nas grandes cidades pelo mundo — perceberam que talvez já não precisassem investir em escritórios tão grandes.
Cinco meses depois, o cenário começa a se mostrar bem diferente. Afinal, nem tudo era só benefícios no novo e desconhecido universo do home office.
Abaixo, alguns dos problemas que estão fazendo grandes empresas repensarem a ideia de manter os funcionários trabalhando apenas de casa:
- Projetos demoram mais: se antes tirar uma ideia do papel já levava um tempo, muitos empresários têm visto esse período triplicar devido à distância entre os funcionários. Ter departamentos separados por quilômetros e não apenas por portas ou, no máximo andares, faz diferença.
- Oportunidades e ideias se perdem: sabe aquele insight que surge no café com o colega nos 15 minutos de descanso entre um relatório e outro? Então, as empresas — e mesmo os empregados — notaram que isso deixa de existir com o teletrabalho.
- Contratar um funcionário é um desafio mais complexo: a entrevista pela tela do computador ou do celular pode até ajudar, mas apenas o encontro pessoalmente dirá se a pessoa que foi ou será contratada realmente se encaixa na cultura organizacional da companhia.
- O treinamento pode se tornar um pesadelo: como passar a experiência necessária para quem está chegando quando se está longe? Como alertar alguém sobre um erro quando não há como saber que a pessoa está prestes a cometer? Estas são algumas perguntas que a equipe de gestão de pessoas das empresas têm enfrentado desde março.
- Produtividade em baixa: por fim, até mesmo a produtividade que, no começo, era boa, em muitas empresas teve quedas significativas. Isso porque muitos funcionários passaram a acreditar que, por estarem em casa, podiam também definir o horário que melhor lhes aprouvesse para realizar as tarefas, o que nem sempre funciona.
Isso quer dizer que o home office precisa necessariamente ser abolido de vez? Não. Para a maioria das empresas, o que fica da experiência é que uma jornada híbrida, que permita o trabalho remoto, mas privilegie a presença no escritório é a melhor alternativa para o pós-pandemia.
Adaptado do The Wall Street Journal
Interessante. Acredito que o trabalho remoto é uma possibilidade para algumas funções (poucas) e por tempo limitado (tem que existir um mínimo de interação interpessoal). Fora disso, é papo de consultor para vender hora.
Boa reportagem.
Com respeito a materia em foco e com referencia a uma postagem falando de gado e de gente, eu acho que o gado é muito mais obediente, pois o mesmo pasta e descança independente do olhar do vaqueiro, enquanto o homem ( nem todos, é claro) tem duplo comportamento, ou seja: sendo observado, mesmo por camaras, suas atitudes e produtividade, é com certeza diferente e provavelmente menos produtivas na ausencia da observação.
kkkkkk, o “novo normal” vai virar o “velho normal”. Só os consultores iam ganhar com o tal “novo normal. Puro papo furado.
Longe dos escritórios as pessoas naturalmente perdem o foco. A interação com colegas é imediata.
Não concordo, a empresa e os funcionários precisam ter canal de áudio aberto e não somente nas reuniões. Podemos ter grandes vantagens com o HomeOffice.
Realmente pode estar a acontecer situações de empregados em home office com baixa produtividade. Porém, partindo-se da premissa de que a maioria dos que trabalham em home office, tem consciência de sua responsabilidade profissional, entendo que as conclusões demonstradas no artigo não se aplicam à essa maioria. O problema é que muitos chefes gostam de manter a turma no cabresto! Tipo gado sob os olhos do dono!