Em maio, as vendas de carros novos caíram 8,29% em comparação a abril. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados nesta terça-feira, 4.
Andreta Jr., presidente da Fenabrave, atribuiu a queda principalmente ao calendário de maio, que teve um dia útil a menos que abril.
“Embora o momento seja de cautela, em razão das dificuldades enfrentadas no Rio Grande do Sul, as condições favoráveis do crédito mantiveram o mercado aquecido no restante do país”, afirma o representante da Fenabrave.
De janeiro a maio, o emplacamento de veículos no Brasil aumentou 16,63%. Em relação a maio de 2023, houve um crescimento de 5,41%. “O mercado total continua com um viés positivo”, diz Andreta Jr. O presidente da Fenabrave destacou que os emplacamentos nos primeiros cinco meses de 2024 são os maiores desde 2014.
Tragédia no Rio Grande do Sul afeta venda de carros
No Rio Grande do Sul, de 722 concessionárias, cerca de 300 foram prejudicadas pelas chuvas, conforme a Fenabrave. Andreta Jr. observa que ainda é cedo para avaliar o impacto anual nas vendas.
Até abril, o Rio Grande do Sul representou cerca de 4% dos licenciamentos no Brasil. “Sabemos que houve perdas”, disse o executivo. “Mas parte dessa frota poderá ser reposta nos próximos meses, considerando os sinistros ainda não registrados.”
Enchentes do RS: número de veículos destruídos equivale a 2 anos de venda
As chuvas intensas que atingiram o Rio Grande do Sul causaram uma destruição significativa, que afetou a infraestrutura, a agricultura e o setor automotivo.
Serão necessários pelo menos dois anos de vendas para repor os carros perdidos, de acordo com um artigo da consultora automobilística Bright Consulting.
A recuperação das rodovias federais vai custar mais de R$ 1 bilhão. “O trabalho do ministério de restabelecer o funcionamento das BRs e de suas respectivas construções vai, provavelmente, ultrapassar a casa de R$ 1 bi”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
+ Leia mais notícias da Economia em Oeste
As inundações submergiram e arrastaram diversos veículos, que inclui carros, motocicletas e caminhões, muitos dos quais sofreram danos irreparáveis. A correnteza forte também danificou estruturas e sistemas elétricos.
A frota circulante no Rio Grande do Sul é de 2,8 milhões de unidades. Estima-se que entre 5% e 10% desses veículos estejam inutilizados, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).