A Volkswagen decidiu reduzir a jornada de trabalho e salários de trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo. A medida vai valer para funcionários na volta das férias de dez dias que vão ser concedidas a partir da próxima segunda-feira.
A medida foi confirmada na quinta-feira 23 pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A montadora justificou a decisão em razão da crise de falta de peças, sobretudo componentes eletrônicos, que tem impactado a linha de montagem. Em São Bernardo, a Volkswagen produz os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.
Por prazo indeterminado, a jornada de trabalho nas áreas de produção, que empregam 4,5 mil pessoas, vai ser reduzida em 24%. Os salários na Volkswagen, por sua vez, vão ter corte de 12%. Um acordo trabalhista entre montadora e sindicato, firmado em 2020, permite à empresa adotar a medida.
Em maio passado, a Volkswagen já havia colocado 2,5 mil trabalhadores em férias coletivas. Eles ficaram paralisados entre os dias 9 e 28.
Segundo Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e representante da entidade na Volkswagen, a opção pela redução de jornada tem menor impacto na cadeia produtiva e para os trabalhadores terceiros.
“A Volks queria parar um turno, nós negociamos para, em vez disso, reduzir a jornada e manter os turnos funcionando, o que diminui o impacto na cadeia de produção, nos fornecedores e, sobretudo, nos terceiros, que não têm o mesmo acordo que os trabalhadores da Volks”, comentou Damasceno.
Como não há previsão para o fim da crise da falta de peças, o diretor sindical afirmou que a medida vai ser reavaliada mensalmente e pode sofrer alterações até a normalização da situação.
As montadoras transformaram os carros em celulares com rodas e acham que todos os consumidores são iguais, mas se apresentassem carros sem a tal central multimídia, câmbio manual, provavelmente não precisariam parar a produção.