Em 10 de outubro de 2018, morreu a escritora espírita brasileira Zíbia Gasparetto. Ela tinha 92 anos e lutava contra um câncer no pâncreas.
Ao longo da carreira, Zíbia publicou mais de 50 livros. A maioria deles, estava atribuída a espíritos com quem dizia se comunicar.
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A escritora vendeu mais de 18 milhões de exemplares e atingia um público diversificado. As obras eram lidas tanto por adeptos e simpatizantes do espiritismo quanto por pessoas interessadas em temas espirituais e de autoconhecimento.
Nascida em Campinas, São Paulo, em 1926, Zíbia foi criada em uma família católica e não tinha envolvimento com a doutrina espírita até 1950, quando relatou uma experiência transformadora que mudaria o curso de sua vida.
Aos 24 anos, já mãe de dois filhos, ela disse ter acordado sentindo um formigamento. A escritora relata que se levantou e andou pela casa enquanto falava em alemão, língua que desconhecia. Assustado, o marido dela, Aldo Luiz, buscou ajuda de uma vizinha.
No dia seguinte, Zíbia procurou uma livraria e comprou O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, obra que marca a base do espiritismo e que influenciou profundamente sua trajetória.
A partir da década de 1950, Zíbia passou a frequentar centros espíritas, onde começou a desenvolver a mediunidade por meio da psicografia.
Ela relatava receber mensagens atribuídas a espíritos desencarnados e passou escrever sob a orientação de um deles: Lucius, que se tornaria um guia constante em sua carreira.
Em 1958, publicou seu primeiro romance psicografado, O Amor Venceu, que conquistou leitores e solidificou sua posição no movimento espírita brasileiro.
Durante as décadas seguintes, Zíbia escreveu diversas obras que exploravam temas como reencarnação, vida depois da morte, perdão e evolução espiritual.
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Entre seus livros mais conhecidos estão Entre o Amor e a Guerra (1975), O Mundo em que Vivo (1986) e Ninguém é de Ninguém (2000).
As narrativas de Zíbia combinavam espiritualidade e lições de vida. Além disso, propunha reflexões sobre a existência humana, a força do amor e os desafios da jornada espiritual.
Zíbia também era palestrante e colaboradora ativa em eventos e atividades ligadas ao espiritismo.
O filho da escritora, Luiz Antonio Gasparetto, também médium e escritor, morreu poucos meses antes dela, em 2018.
Mesmo aos 92 anos, Zíbia permaneceu ativa na literatura e publicou livros até o final da vida.