Em 19 de outubro de 1913, nascia no Rio de Janeiro Vinícius de Moraes, um dos mais importantes poetas e compositores do Brasil. Além de sua trajetória na música, Vinícius foi diplomata, dramaturgo e jornalista.
Ganhou o apelido de “poetinha” de seu grande amigo Tom Jobim. Ficou conhecido por sua vida boêmia e por sua fama de conquistador. Casou-se nove vezes ao longo da vida. Sua produção artística foi vasta e diversificada.
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Englobou composições musicais, obras literárias, peças teatrais e até roteiros cinematográficos. Além de poemas e crônicas, é claro. Tinha também, um lado puro e divertido, do qual se orgulhava, e que revelou em composições como A Casa e O Pato, que ficaram marcadas como obras-primas da música e da literatura infantis.
Entre os seus principais parceiros musicais estão Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Pixinguinha, Carlos Lyra e Edu Lobo. Ele também manteve amizade com escritores e poetas renomados, como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e o chileno Pablo Neruda.
Por causa de sua carreira diplomática, viveu em Los Angeles, onde, em 1947, teve a oportunidade de estudar cinema com figuras lendárias como Orson Welles e Gregg Toland.
Em 1958, Vinícius de Moraes foi peça fundamental na criação da bossa nova, ao lançar o álbum Canção do Amor Demais, em parceria com Tom Jobim, interpretado por Elizeth Cardoso. Neste LP, a inovadora batida do violão de João Gilberto chamou a atenção, especialmente na canção Chega de Saudade, que se tornou um marco do novo estilo musical.
No ano seguinte, em 1959, ele lançou o LP Por Toda Minha Vida, novamente com Tom Jobim, e com a voz de Lenita Bruno. No mesmo ano, o filme Orfeu Negro, com roteiro assinado por Vinícius, conquistou tanto a Palma de Ouro no Festival de Cannes quanto o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Em 1962, Vinícius, Tom Jobim e João Gilberto fizeram um show memorável no Rio de Janeiro, onde apresentaram canções que se tornariam eternas, como Garota de Ipanema e Samba da bênção.
Pouco tempo depois, em outro show na cidade, lançou a peça Pobre menina rica, que marcou a estreia de Nara Leão. Em 1964, fez uma apresentação de sucesso com Dorival Caymmi na boate Zum-Zum, também no Rio, onde apresentou ao público o Quarteto em Cy.
Vinícius teve uma vida marcada por grandes contribuições à música e à cultura brasileira. Em 1967, estreou o filme Garota de Ipanema, e em 1969, foi exonerado de sua posição no Itamaraty.
Parceria com Toquinho
Já na maturidade, de todos os parceiros citados, fez uma dupla marcante com o jovem Toquinho. Em 1969, durante uma temporada na Itália, Vinícius gravou o disco La Vita, Amico, É L’arte Dell’incontro com artistas como Chico Buarque e Sergio Endrigo.
Foi nesse período que conheceu Toquinho, que participou das gravações com seu violão. Vinicius se encantou com o talento do violonista. E o convidou para acompanhá-lo em uma série de shows na Argentina.
A partir dessa viagem, nasceu uma amizade e uma parceria musical que duraria até o fim da vida de Vinícius. Juntos, criaram várias composições de sucesso, como Como Dizia o Poeta, Samba do Jato, Samba da Volta e fizeram sua primeira apresentação no Teatro Castro Alves em 1970, que foi um grande sucesso.
Também ficaram marcados ao interpretarem juntos músicas compostas apenas por um deles, como Escravo da Alegria (composta por Toquinho e Mutinho) e Canto de Ossanha (composta por Vinícius e Baden Powell).
Um derrame cerebral o acometeu em 1979, durante uma viagem de volta da Europa, e em 9 de julho de 1980, Vinícius faleceu, vítima de um edema pulmonar, em sua cidade natal, o Rio de Janeiro.