Em 2 de outubro de 1932, ocorreu o último confronto da Revolução Constitucionalista, em São Paulo. Ele representou o fim de um dos movimentos cívicos mais significativos da história brasileira.
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Iniciada em 9 de julho do mesmo ano, a revolução teve como objetivo principal derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e convocar uma Assembleia Nacional Constituinte. Os paulistas, insatisfeitos com a falta de autonomia e a centralização do poder, levantaram-se em armas depois da morte de quatro jovens, em um protesto contra o governo.
Durante os 87 dias de conflitos, estima-se que cerca de 934 pessoas tenham perdido a vida. Algumas estimativas extraoficiais chegam a 2,2 mil mortes.
Apesar da derrota militar instaurada em 4 de outubro, quando o Exército Constitucionalista de São Paulo se rendeu, a revolução deixou um legado duradouro e um forte sentimento de patriotismo entre os paulistas.
Atualmente, o dia 9 de julho é agora um feriado estadual. Sua celebração é um símbolo de resistência e luta pela democracia.
São Paulo e o cenário político em 1932
O movimento não apenas refletiu a insatisfação de São Paulo, mas também gerou uma onda de apoio popular e político, embora essa solidariedade não se traduzisse em ações efetivas contra o governo Vargas.
As elites políticas de Estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul não se uniram aos paulistas, como esperado. Isso permitiu que Vargas se preparasse para reprimir a revolta. A falta de um planejamento defensivo adequado e a subestimação da resistência das tropas federais resultaram em uma derrota rápida dos paulistas.
Apesar disso, depois da revolução, algumas das demandas dos paulistas saíram do papel. Entre elas, a nomeação de um interventor civil e a convocação de uma nova Assembleia Constituinte, em 1934.
No entanto, a conquista foi temporária, pois Vargas instituiu o Estado Novo, em 1937, em movimento que aboliu a nova constituição e estabeleceu um regime ditatorial, que duraria até 1945.
Veja 10 curiosidades sobre a Revolução Constitucionalista de 32
- Duração: o conflito durou 87 dias — de 9 de julho a 4 de outubro de 1932;
- Desdobramentos: várias cidades do interior de São Paulo sofreram danos significativos devido aos combates;
- Heróis da revolução: Os jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo tornaram-se símbolos da resistência, com seus nomes inscritos no livro dos heróis da pátria;
- Motivação: a revolta surgiu da insatisfação com a centralização do poder e a falta de autonomia dos Estados;
- Queda da República Velha: o movimento foi uma resposta ao golpe de 1930, que pôs fim à “República Velha” e à política do “café com leite”;
- Crise econômica: A Grande Depressão de 1929 foi um fator que exacerbou a insatisfação com o governo Vargas;
- Movimento clandestino: O MMDC, formado pela morte dos jovens, organizou a resistência contra o governo;
- Solidariedade ausente: esperava-se apoio de outros Estados, mas apenas Mato Grosso se juntou efetivamente aos paulistas;
- Efeito: apesar da derrota, o governo Vargas mais tarde convocou uma Assembleia Constituinte;
- Legado cívico: o 9 de julho é o dia cívico mais importante de São Paulo, um símbolo da luta pela democracia e autonomia.