No dia 2 de outubro de 1992, o presidente Fernando Collor de Mello foi afastado da Presidência da República. Ele enfrentava sérias denúncias de corrupção e o processo de impeachment havia sido aprovado, em 29 de setembro, pela Câmara dos Deputados.
O afastamento era válido até o Senado Federal concluir o processo. O vice-presidente Itamar Franco assumiu provisoriamente o Governo e começou a escolher sua equipe ministerial.
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Desde que assumira o cargo em 15 de março de 1990, Collor, então o presidente mais jovem do país, implementou o Plano Collor, que buscava estabilizar a economia por meio de medidas de abertura comercial e desestatização.
As iniciativas rapidamente se tornaram impopulares e contribuíram para uma recessão profunda e uma inflação galopante, que atingiu a marca de 1200% ao ano.
Na decisão da Câmara dos Deputados pela abertura do processo de impeachment, 441 deputados votaram a favor e apenas 33 contra. Essa votação marcaria o início do fim de uma administração que prometia modernizar o Brasil, mas que se viu mergulhada em escândalos.
A situação se agravou quando o próprio irmão de Collor, Pedro, denunciou um extenso esquema de corrupção que envolvia o tesoureiro Paulo César Farias, ministros, aliados e até a primeira-dama, Roseane Collor.
A ascensão de Itamar
Com o crescente descontentamento popular e as pressões políticas, Collor renunciou em 29 de dezembro de 1992, pouco antes de ser condenado pelo Senado Federal. Sua renúncia não o livrou das consequências: no dia seguinte, foi declarado inelegível por oito anos.
O episódio caminho para a ascensão de Itamar Franco, seu vice, que assumiu a presidência em um momento crítico para o país, que clamava por reformas e renovação.
No governo Itamar, com Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, foi aprovado o Plano Real, que deu fim à inflação galopante que assolava o Brasil havia décadas.