Em 22 de setembro de 1991, a Biblioteca Huntington, em Los Angeles, liberou ao público os manuscritos do Mar Morto pela primeira vez. Ao todo, a instituição disponibilizou cerca de 3 mil negativos fotográficos dos documentos para pesquisadores.
A ação foi celebrada pela comunidade acadêmica, que afirmou ser o fim de um rígido controle mantido por um grupo seleto de editores desde a descoberta dos arquivos, na década de 1940.
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Os pesquisadores afirmavam que a liberação do material encerrava um monopólio de acesso mantido por décadas. Eles chegaram a comparar a iniciativa com eventos históricos de grande impacto, como a queda do Muro de Berlim.
Durante muitos anos, os manuscritos eram acessíveis a apenas um pequeno círculo de estudiosos, o que gerava críticas e acusações de que os documentos estavam sendo retidos para beneficiar poucas pessoas.
A liberação de manuscritos recebeu críticas
No entanto, a decisão de liberar os manuscritos não foi unânime. O então diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, Amir Drori, se mostrou insatisfeito com a publicação dos documentos.
Drori argumentou que a ação violava contratos firmados anteriormente, que estabeleciam que as fotos dos manuscritos, tiradas em 1980, não poderiam ser usadas sem o consentimento de autoridades israelenses.
Segundo ele, essa quebra de contrato era antiética, já que apenas os acadêmicos que haviam se dedicado ao estudo dos fragmentos por anos teriam o direito de divulgá-lo.
A descoberta dos manuscritos do Mar Morto é considerada uma das maiores conquistas da arqueologia no século 20. Os documentos foram encontrados entre 1947 e 1956, em 12 cavernas localizadas entre Israel e Palestina.
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A coleção inclui aproximadamente 800 manuscritos, escritos em hebraico e aramaico, e contém os textos bíblicos mais antigos já descobertos, datados de 2 mil anos atrás. A liberação desses registros foi um marco para a pesquisa histórica e teológica.