O escândalo do Mensalão voltou ao centro das atenções, com novas denúncias de propina no Congresso, no dia 24 de setembro de 2004.
À época, em uma matéria publicada pelo Jornal do Brasil, Miro Teixeira (Rede-RJ) revelou que parlamentares estariam recebendo pagamento ilícito para aprovar projetos de interesse do governo.
De acordo com Miro, a prática de propinas continuava a ser um problema grave na política brasileira, apesar das investigações e condenações anteriores. “A corrupção é uma praga que precisa ser combatida com firmeza e transparência”, afirmou o parlamentar.
A matéria foi publicada em resposta a uma denúncia feita poucos dias antes pela revista Veja, que trouxe na capa a chamada: “O escândalo da compra do PTB pelo PT. Saiu por 10 milhões de reais”. Segundo a revista, o PT prometeu pagar R$ 150 mil a cada deputado federal do PTB em troca do apoio deles ao governo.
As declarações reacenderam o debate sobre a ética no Congresso e a eficácia das medidas anticorrupção implantadas nos últimos anos. Diversas figuras políticas condenaram veementemente as acusações e pediram apurações rigorosas.
Relembre o caso do Mensalão
O escândalo do Mensalão, que abalou o Brasil em meados dos anos 2000, foi um dos maiores esquemas de corrupção política já revelados no país. Ele consistia no pagamento regular de propinas a deputados federais, em troca de apoio para projetos de interesse do governo no Congresso Nacional.
O esquema envolvia grandes figuras do Partido dos Trabalhadores (PT) e siglas aliadas, como o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o publicitário Marcos Valério, responsável por operacionalizar os repasses.
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O Ministério Público conduziu as investigações. Essas investigações culminaram em um julgamento histórico no Supremo Tribunal Federal (STF). O resultado foi a condenação e prisão de políticos influentes e operadores do esquema.
A investigação abrangeu membros do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Ela também incluiu membros do Democratas (DEM), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e de mais sete partidos políticos.
Muitos assessores próximos a Lula optaram pela renúncia. Enquanto isso, diversos deputados enfrentaram uma difícil escolha. Eles precisavam decidir entre renunciar ou arriscar a cassação de seus mandatos pela Câmara dos Deputados.