Jorge Chávez Dartnell nasceu em Paris, França, no dia 13 de janeiro de 1887, filho de pais peruanos. Apaixonado por esportes, participou de corridas de carros, atletismo e futebol, sendo campeão de 400 metros e de provas de fundo.
No entanto, foi na aviação que encontrou sua maior paixão e onde marcaria seu nome na história.
+ Leia mais notícias de História em Oeste
Em 1910, aos 23 anos, Jorge formou-se como engenheiro. Com seu diploma em mãos, ingressou na escola de aviação dos irmãos Farman, pioneiros na construção de aviões.
Seu primeiro voo em Reims, na França, já dava indícios de sua habilidade no ar. Chávez manteve-se em voo por 1 hora e 42 minutos, uma conquista notável para a época.
Em Issy-Les-Moulineaux, ele quebrou o recorde mundial ao voar a 2.652 metros de altitude, consolidando-se como um dos maiores aviadores do início do século XX.
Leia mais:
Apesar de seus feitos, a maior conquista de Dartnell ainda estava por vir: a travessia dos Alpes. Naquela época, voar sobre montanhas tão imponentes era considerado uma das maiores provas de habilidade e coragem.
Em setembro de 1910, ele decidiu participar de uma prova que consistia em atravessar os Alpes, saindo da Suíça em direção à Itália. Vários pilotos se inscreveram, mas apenas Chávez persistiu depois de seus concorrentes desistirem.
Ascensão e queda de Dartnell
Pilotando um monoplano Blériot, Jorge decolou de Briga, na Suíça, no dia 23 de setembro. Depois de muito esforço, conseguiu cruzar as montanhas pelo passo de Simplon, chegando ao vale de Domodossola, na Itália. Era uma façanha histórica: Dartnell havia se tornado o primeiro homem a sobrevoar os Alpes.
No entanto, o destino o aguardava a poucos metros do solo. Ao aterrissar, as asas de seu monoplano se desprenderam, causando uma queda fatal. O acidente foi atribuído à fragilidade da aeronave, que possuía peças inadequadas para um voo daquela natureza.
Chávez sofreu fraturas graves nas pernas, com muita perda de sangue. Ele prontamente foi encaminhado ao hospital.
Mesmo em seu leito de morte, Chávez se manteve fiel ao espírito aviador. Suas últimas palavras refletiram sua paixão: “Mais alto, mais alto ainda!”.
Ele morreu dias depois, em 27 de setembro de 1910, aos 23 anos. Sua morte gerou uma comoção imensa em Domodossola, com multidões lhe prestando suas últimas homenagens. Seu corpo foi enviado para Paris, onde foi sepultado.
Jorge Chávez Dartnell se tornou símbolo de bravura e pioneirismo, sendo comparado, em termos de importância histórica, ao feito de Charles Lindbergh ao cruzar o Atlântico. Em 1957, seus restos mortais foram finalmente repatriados para o Peru, onde descansam na Escola de Oficiais da Força Aérea Peruana, em Lima.
Leia também: “Aviões movidos a mostarda”, reportagem de Evaristo de Miranda publicada na Edição 234 da Revista Oeste
Muito interessante ! Não sabia.