Publicado em 5 de setembro de 1957, o livro Pé na Estrada, do autor Jack Kerouac, tornou-se um clássico do movimento beat dos anos 1950. Ao longo de sua carreira, o autor produziu 20 livros de prosa e 18 de ensaios, cartas e poesias.
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A obra em questão retrata as aventuras de Sal Paradise e Dean Moriarty e explora temas polêmicos, como drogas, amor “livre” e o nascimento da contracultura. Apesar de um sucesso instantâneo, a obra foi escrita por Kerouac em apenas três semanas.
A obra
Pé na Estrada é um romance semiautobiográfico que explora as experiências do autor durante suas viagens pelos Estados Unidos na década de 1940. O livro segue a jornada de Sal Paradise, um alter ego de Kerouac, e seu amigo Dean Moriarty, enquanto cruzam o país em uma série de viagens de carro.
A narrativa, marcada pelo estilo espontâneo e fluido de Kerouac, captura a essência do espírito nômade e a busca por significado em uma era de transformação política.
A obra reflete o desejo de “liberdade” da sociedade norte-americana da época. Através das diversas paisagens e encontros, o romance oferece uma visão íntima das aspirações e frustrações dos personagens.
Jack Kerouac: carreira literária
Jack Kerouac nasceu em 12 de março de 1922, em Lowell, Massachusetts, filho de pais franco-canadenses. Aprendeu inglês como segunda língua e destacou-se no futebol americano durante o colégio, o que lhe garantiu uma bolsa de estudos na Universidade de Columbia. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha de Guerra expulsou Kerouac do órgão por causa de seus problemas de personalidade.
No fim da década de 1940, Kerouac percorreu os Estados Unidos e o México, em uma experiência que inspirou seu primeiro romance, The Town and the City.
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Depois do sucesso de Pé na Estrada, ele escreveu Os Vagabundos Iluminados (The Dharma Bums) e Os Subterrâneos (The Subterraneans), em 1958. Já no ano seguinte, em 1959, publicou Maggie Cassidy e, em 1960, Tristessa.
Depois desta publicação, Kerouac adotou uma postura política de direita, passou a criticar os hippies e apoiou os Estados Unidos na Guerra do Vietnã.
Jack Kerouac enfrentava problemas com o consumo de álcool. Em 21 de outubro de 1969, o autor morreu na Flórida, aos 47 anos, vítima de hemorragia interna.
Conheça 10 curiosidades da vida de Jack Kerouac
- Influência do budismo: Kerouac teve influência do budismo e pela espiritualidade oriental. Seus interesses espirituais influenciaram sua escrita e sua vida.
- Experiência nômade: a vida nômade e a busca por liberdade são temas centrais em sua obra. Kerouac viajou pelos Estados Unidos, o que influenciou diretamente sua escrita, especialmente em Pé na Estrada.
- Autobiografia e alter egos: muitos dos personagens de Kerouac são baseados em pessoas reais de sua vida, incluindo ele mesmo. Sal Paradise é um alter ego de Kerouac, e Dean Moriarty é inspirado em Neal Cassady, um amigo próximo e figura do movimento beat.
- Movimento beat: o movimento beat desafiava as normas sociais e literárias da época. Seus colegas, como Allen Ginsberg e William S. Burroughs, também foram figuras proeminentes nesse movimento.
- Escrita espontânea: Kerouac desenvolveu um estilo de escrita conhecido como “escritura espontânea”. Ele acreditava em escrever sem parar, capturando pensamentos e sentimentos de forma direta e imediata.
- Álcool e saúde: a luta de Kerouac contra o alcoolismo foi um aspecto de sua vida. Seus problemas com a bebida afetaram sua saúde e contribuiu para uma morte precoce.
- Origem familiar: nascido em uma família franco-americana, em Lowell, Massachusetts, Kerouac era fluente em francês.
- Trabalhador temporário: antes de alcançar fama literária, Kerouac trabalhou em vários empregos temporários, como estivador e vendedor. As experiências estiveram presentes em suas histórias.
- Influência clássica: Kerouac teve influência de escritores clássicos, como Fiódor Dostoiévski e Marcel Proust.
- Legado literário e cultural: embora tenha alcançado sucesso literário com Pé na Estrada e outros trabalhos, Kerouac lutou com a pressão para manter sua fama e a aceitação crítica. Seu legado, no entanto, continua a influenciar escritores, artistas e a cultura popular, simbolizando a busca por liberdade e autenticidade.