Em 9 de outubro de 2006, o Google, então conhecido como um próspero mecanismo de busca na internet, dava um passo que o tornaria ainda mais poderoso no universo da tecnologia.
A empresa do norte-americano Larry Page e do russo Sergey Brin comprava o YouTube por US$ 1,65 bilhão. O negócio envolveu apenas troca de ações, ou seja, não houve pagamento em dinheiro.
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Construído em 2005, a plataforma de vídeos contava com mais de 100 milhões de conteúdos visualizados no portal. Os fundadores Chad Hurley e Steve Chen, além dos 65 funcionários, se transferiram para o Google.
Pouco antes do anúncio da aquisição, Google e YouTube assinaram acordos para exibir vídeos musicais e de programas de televisão em seus sites.
O YouTube foi criado em San Bruno, nos Estados Unidos. Por mais difícil que seja acreditar, depois que fecharam o negócio, os ex-donos do YouTube admitir achar um valor um exagero.
Executivos do Google, inclusive, foram duramente criticados pelo mercado em razão do grande desembolso. Um importante analista do setor de tecnologia disse, por exemplo, que o Google era “louco”.
Google temia problemas com direitos autorais
A preocupação era com o risco de ações judiciais por parte de detentores de direitos autorais e investidores. Afinal, os conteúdos do YouTube eram coproduzidos por pessoas comuns – como é feito até hoje.
Aliás, o improviso teria sido um dos motivos que influenciaram os donos do Google a fazer negócios. Enquanto estudavam a oportunidade de comprar a startup, Page e Bryn se depararam com um vídeo muito curioso.
Neste vídeo, dois chineses aparecem falando de maneira informal, enquanto o irmão, ao fundo, estuda diante de um computador. O fato de uma pessoa poder gravar e divulgar seu dia a dia sem a necessidade de um estúdio encantou os dois gênios do Google.
Em um depoimento de 2010 perante os advogados da Viacom, o CEO do Google, Eric Schmidt, confessou que achava que o YouTube valia apenas de US$ 600 a US$ 700 milhões na época.
O pagamento “em excesso” foi para garantir que a propriedade não acabasse nas mãos de concorrentes. O próprio YouTube era um concorrente do Google e a quem impôs a frustração com o fracasso da plataforma de streaming Google Video.
Atualmente, o Google está avaliado em mais de US$ 330 bilhões. E parte deste valor está associado ao potencial de receita gerada pelo YouTube por meio de publicidade e outros serviços.