A história é bastante conhecida. Em 1º de maio de 1886, na região industrial de Chicago, nos EUA, uma greve operária em prol de melhores condições de trabalho desencadeou uma onda de protestos em todo o país. Os trabalhadores exigiam a redução da extenuante jornada de trabalho, que, não raro, chegava a 15 horas por dia.
Os protestos foram violentos, e a polícia local foi acionada. Vários operários e policiais ficaram feridos durante o caos dos protestos. A origem do “Dia do Trabalho”, porém, está intimamente ligada ao movimento anarquista, que se aproveitou das reivindicações legítimas dos trabalhadores a fim de favorecer as pautas do movimento.
Estimulados pelos anarquistas, os operários insatisfeitos aderiram à greve geral que começou em 1º de maio de 1886. Cerca de 350 mil operários do país cruzaram os braços, o que afetou diversas empresas. A violência das manifestações seguiu em escalada, num confronto deflagrado no dia 3 de maio, três operários morreram; no dia seguinte, uma bomba matou um policial. No confronto que se seguiu depois do atentado, sete policiais morreram. O governo dos EUA prendeu os líderes anarquistas que conduziam a greve e instigavam os trabalhadores à violência. Eles foram condenados à forca.
O 1º de maio no Brasil
A greve de Chicago foi amplamente usada como propaganda política pelos movimentos de extrema esquerda, como a Internacional Socialista. Diversos países sob a influência comunista adotaram a efeméride de 1º de maio como o “Dia do Trabalho”. No Brasil, a data passou a ter relevância com o crescimento do operariado nas primeiras décadas do século 20. Foi o presidente Artur Bernardes o responsável por sancionar o feriado nacional nesta data, em 1925, mas o movimento ganhou força mesmo durante o governo populista de Getúlio Vargas.
Vargas — que não era simpático às ideias socialistas, mas tinha o mesmo viés populista — aproveitou o ensejo do apelo social do “Dia do Trabalho” para fazer propaganda do seu próprio governo. De fato, foi num 1º de maio que o presidente Vargas sancionou a criação do salário mínimo, em 1940; da Justiça do Trabalho, em 1941; e finalmente da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.
Se condenassem esses sindicalistas e militantes da CUT/MST à forca, os postes de ilumuinação do eixo monumental de Brasília, não seriam suficientes para pendurar todos esses vagabundos.