A TV Gazeta de Alagoas, da família do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, afirmou à Justiça que a Rede Globo está abusando “da boa-fé” por decidir não renovar o vínculo com a emissora.
A emissora, que tem Collor como acionista majoritário, solicitou à 10ª Vara Cível de Maceió uma tutela de urgência para que a Globo seja obrigada a renovar o contrato com a emissora por mais cinco anos.
O principal argumento da rede da família Marinho para o encerramento do contrato é que Collor foi condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em um esquema que utilizou a TV Gazeta na corrupção.
No dia 4 de outubro, a Globo declarou ao grupo alagoano que não tem interesse em manter a parceria.
A emissora do Rio chamou a empresa de Collor de “covarde” à Justiça por ter feito um pedido dentro da ação judicial, já que a rede da família Marinho não é credora e não tem relação com o processo.
A Globo alegou que o foro para a questão seria do Rio de Janeiro, e não o de Alagoas.
Segundo a emissora carioca, manter a parceria traria um “gravíssimo dano reputacional” ao grupo.
O que alega a TV de Collor sobre vínculo com a Globo
A TV Gazeta argumentou que o vínculo com a Globo é essencial para a manutenção da Organização Arnon de Mello (OAM) e representa 72% do faturamento do grupo.
Arnon de Mello, que dá nome à organização, foi pai de Collor, senador e governador de Alagoas. Ele faleceu em 1983.
De acordo com a emissora, se o contrato não for renovado, toda a OAM deve ir à falência.
A empresa afirmou que isso poderia causar a demissão em massa e calotes de mais de R$ 100 milhões em débitos renegociados com a Fazenda Nacional e com credores inscritos na recuperação judicial.
A emissora alagoana também declarou que não há “real motivo” para o fim da parceria.
O contrato da Globo com a Gazeta encerra no dia 31 de dezembro. O juiz Léo Dennisson Bezerra de Almeida aguarda parecer do Ministério Público de Alagoas sobre o caso para tomar uma decisão.
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