Estadão critica fala de Lula em favor de Dilma: 'Nova pedalada moral'

O jornal O Estado de S. Paulo criticou a versão da história que o presidente Lula e o PT tentam criar sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Depois que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve o arquivamento da ação de improbidade administrativa contra a petista pelas pedaladas fiscais, Lula disse que “a Justiça Federal absolveu a companheira Dilma da acusação da pedalada”.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi além e sugeriu um projeto de resolução para deixar claro que o impeachment “foi uma grande farsa, que a história das pedaladas foi uma armação, literalmente um golpe”.

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“Em vez de acolherem o conteúdo da decisão do TRF-1, Lula e seu partido preferem fabricar desinformação”, afirmou o Estadão, em editorial publicado na edição desta terça-feira, 29.

A desinformação consiste no fato de que Dilma não foi absolvida pelo TRF-1, que nem julgou o mérito da ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público. O entendimento, em primeira instância, que também foi pelo arquivamento do processo, é de que, como Dilma já respondeu pelas pedaladas fiscais — com o processo instaurado no Congresso e o consequente impeachment —, não cabia uma nova análise do caso pela Justiça. Em segunda instância, a decisão foi mantida, com a rejeição do recurso do Ministério Público Federal.

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Justiça não absolveu Dilma por pedaladas fiscais

A Justiça Federal não absolveu Dilma, tampouco anulou ou deixou de reconhecer a decisão do Congresso.

O Estadão lembra que a acusação do Ministério Público, de que o governo Dilma “maquiou as estatísticas fiscais com evidente propósito de melhorar a percepção da performance governamental e ocultar uma crise fiscal e econômica iminente, ao tempo em que comprometiam (sic) ainda mais a saúde financeira do Estado”, fundamentou-se em irregularidades identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Posteriormente, a Corte de Contas, por unanimidade, reprovou o governo, ao determinar que 17 autoridades explicassem as práticas ilegais.

“Em vez de respeitar os fatos, Lula e o PT querem, no entanto, confundir a população, dando a entender que a Justiça teria declarado agora que as pedaladas fiscais não existiram”, critica o Estadão. “No conto petista, a decisão do TRF-1 seria a grande prova do golpe.”

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Para o jornal, essa tentativa de distorção de uma decisão judicial por parte do PT é uma agressão às instituições democráticas. O Estadão, ao concluir o texto, afirma que “Lula está usando um cargo público para distorcer a compreensão por parte da população de uma decisão da Justiça”. “Com a reedição da historieta do golpe, Lula e o PT desautorizam uma vez mais o exercício de uma atribuição constitucional do Congresso. Alimentam, assim, a equivocada ideia de que só é democrático o que lhes agrada”, conclui.