Em editorial publicado na edição desta sexta-feira, 8, O Estado de S. Paulo condenou as recentes decisões do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, com vistas a anexar a região de Essequibo, território da Guiana, e criticou a apatia do Brasil e de organismos internacionais para sancionar o ditador.
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O Estadão lembra que depois do referendo favorável sobre a anexação de Essequibo, Maduro endureceu as ações: ordenou que estatais explorem petróleo e minas da região, nomeou um interventor, mobilizou um posto militar na fronteira e determinou a aprovação de uma lei criando o Estado venezuelano no território guianês.
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“Independentemente de se isso é um teatro ou se há intenção real de uma invasão, essas medidas violam o direito internacional e exigem repreensão dura e inequívoca, e mobilizações para estabelecer sanções à agressão política e à potencial agressão militar”, afirmou o jornal, lembrando que “a apatia do Brasil e de instâncias multilaterais salta aos olhos”.
Silêncio de Lula para condenar Maduro beira a cumplicidade, diz Estadão
O Estadão lembra que o Brasil deslocou tropas a Roraima, uma “medida indispensável para proteger as fronteiras nacionais”. Entretanto, isso “não implica condenação nem punição das manobras ilegais da ditadura chavista, muito menos dissuasão de uma potencial agressão militar”. “O silêncio no Planalto é ensurdecedor e já deixou de ser obsequioso, arriscando-se a se tornar cúmplice”, critica o editorial.
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O jornal também lembra que Lula, desde que assumiu o governo, recusa-se a “tratar seu ‘companheiro’ como o pária que é”. “Ao contrário, segue prestigiando Maduro como líder da vanguarda esquerdista contra a opressão ‘imperialista’”. Por isso, para o Estadão, “a complacência do chefe de Estado brasileiro é imoral e, no limite, a depender da ousadia de Maduro — por exemplo, atravessando Roraima para alcançar a Guiana —, poderá até ser crime de responsabilidade”.
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Eu quero muito que a Venezuela faça uma tentativa de anexar à força a Guiana. Isso vai criar um embaraço tão grande no governo Lula que chegará ao ponto do que resta da sua popularidade derreter por completo! Será o maior fiasco da diplomacia brasileira: Lula, tão desejoso de ser o mediador da paz entre Rússia x Ucrânia e Israel x Hamas, não foi capaz de estabelecer a paz no seu próprio quintal.