A família de Vitória Regina, jovem de 17 anos assassinada em Cajamar, na Grande São Paulo, decidiu ingressar com uma ação judicial contra a Rede Globo e a apresentadora Patrícia Poeta.
O motivo é a entrevista concedida pelo pai da vítima, Carlos Alberto Souza, ao programa Encontro. O homem diz ter sido surpreendido por uma revelação feita ao vivo sobre a autoria e os motivos do crime. O episódio, exibido em rede nacional, teve grande repercussão e gerou críticas à jornalista.
+ Leia mais notícias da Imprensa em Oeste
Os advogados da família, Fabio Costa e Luiz Fernando Ortiz, se reuniram com a equipe jurídica e finalizaram a peça inicial da acusação. A ação será protocolada na próxima semana, com um pedido de indenização no valor de R$ 200 mil pela exposição vexatória de Carlos Alberto Souza.
Eu fiquei CHOCADA hoje com a insensibilidade da Patrícia Poeta com o caso da Vitória. Ela nunca vai entender a dor desse pai.
— Hello Kitty Cherry (@hello_cher435) March 8, 2025
Sem noção total e no final do programa ela dançando se divertindo, como se nada tivesse acontecido.#PatriciaPoetaPessima pic.twitter.com/lMknXiRIKY
Em entrevista à emissora CNN, Fabio Costa disse que o pai da jovem se sentiu “surpreso, perplexo e, principalmente, humilhado” com a forma como a entrevista foi conduzida. “Ele prontamente se dispôs a conceder a entrevista e não imaginava tal atitude”, conta o advogado.
As assessorias de imprensa da Rede Globo e de Patrícia Poeta ainda não se manifestaram à imprensa sobre o assunto.
Polícia descarta pai de Vitória Regina como suspeito
A polícia descartou a possibilidade de que Carlos Alberto Souza seja considerado suspeito da morte da própria filha. A informação foi divulgada pela equipe de investigação durante uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 10, em que foram apresentadas atualizações sobre o caso.

Souza havia sido incluído na lista de averiguação depois de a investigação indicar um “comportamento estranho” e dizer que o pai teria solicitado um terreno ao prefeito de Cajamar logo depois da confirmação do falecimento de Vitória.
A defesa de Carlos Alberto, por meio do advogado Fabio Costa, havia afirmado à CNN que tentaria reverter essa situação, por considerar a decisão “absurda”. O advogado disse à emissora que o pai de Vitória nunca foi ouvido formalmente pela polícia, o que impediu que ele desse detalhes sobre o dia do desaparecimento da menina.
Segundo o defensor, Carlos Alberto foi incluído entre os suspeitos por ter omitido que fez várias ligações para sua filha no dia em que ela sumiu.

O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo explicou que a investigação começou com as pessoas mais próximas à vítima, em uma operação chamada Latos Senso, que visa apurar informações sobre a rotina e características da vida de Vitória.
Por isso, o pai foi investigado inicialmente, mas, diante da resolução das dúvidas, foi excluído da lista de suspeitos.