Michael Jackson, a maior estrela da música pop mundial, morreu há 16 anos e até hoje praticamente tudo relacionado ao artista ainda provoca imensos transtornos jurídicos. Um novo capítulo dessa história está ligado ao longa-metragem Michael, cinebiografia do artista que está enfrentando problemas legais e cujo lançamento teve de ser adiado. Originalmente programado para estrear em abril de 2025, o lançamento foi agora reagendado para outubro. De acordo com uma reportagem da revista norte-americana Puck, as questões legais que pesam sobre o filme remetem a acordos judiciais feitos pelo próprio Michael Jackson.
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Conforme relatado pela Puck, nos anos 1990 Jackson e seus advogados aceitaram pagar US$ 20 milhões para a família de Jordan Chandler, um rapaz que afirmou ter sido molestado sexualmente por Jackson quando ainda tinha 13 anos de idade. Além disso, a família dos Chandlers exigiu que qualquer futura dramatização da história de Michael Jackson não faria citação ao caso de Jordan. Os representantes de Jackson aceitaram o acordo na época, mas passados tantos anos parece que se esqueceram.
O filme não pretende contar a história completa da vida de Michael Jackson, mas somente um recorte que começa e termina em 1993, quando se davam as principais e mais reveladoras investigações sobre as relações do artista com crianças. A terceira parte do filme, ou terceiro ato, foi dedicado especialmente ao escândalo envolvendo Jordan Chandler. Tão logo a família teve acesso ao conteúdo, o estúdio foi acionado e todas as cenas já filmadas tiveram de ser destruídas.
Traumatizante: Michael Jackson teve de ficar nu para ser revistado
Entre as cenas que foram cortadas, conforme revelou a família de Jordan Chandler, estão aquelas em que Michael Jackson é apresentado como uma pessoa ingênua e vítima de um esquema criado pelos Chandlers com a única intenção de arrancar dinheiro de Michael e acabar com a reputação do artista. Em outro momento, John Branca (interpretado por Miles Teller) e Johnnie Cochran (Derek Luke), ambos advogados, aparecem discutindo se um possível acordo entre Michael e os Chandlers seria o melhor caminho; essa conversa foi gravada e numa cena seguinte Jackson está ouvindo a fita, que na época foi usada como prova no tribunal. O pai de Michael teria usado as gravações para destruir a carreira do filho.
Finalmente, a revista Puck menciona uma cena em que Jackson precisou ficar nu para ser revistado pela polícia. A reportagem diz que o roteiro descreve esse momento como “traumatizante” e diz que se transformou numa “cicatriz” pelo resto da vida de Michael.

Por conta de tudo isso, a produção do filme Michael praticamente deverá recomeçar do zero. Todos os custos são de responsabilidade da família Jackson. Michael tem direção de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento), enquanto o personagem do cantor ficará com Jafaar Jackson, sobrinho de Michael. Colman Domingo, indicado ao Oscar por Sing Sing, interpreta Joe Jackson, o pai de Michael.