O fotógrafo brasileiro Gerson Turelly foi premiado internacionalmente por uma foto de enchente no Rio Grande do Sul. Ele foi o vencedor do Standard Chartered Weather Photographer of the Year, concurso que destaca imagens sobre clima e meio ambiente. A competição anunciou o prêmio nesta quarta-feira, 30.
A imagem Rowing foi a vencedora nas categorias “Climate Award”, introduzida em 2024, e “Favorita do Público”, obtendo mais de 30% dos votos on-line. A foto, capturada em 6 de maio de 2024, retrata um brigadista enquanto rema em uma rua alagada de Porto Alegre, capital gaúcha.
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O júri era composto de especialistas em meteorologia, fotografia, ciência climática e jornalismo. A votação popular ocorreu no site da premiação. “Receber esse prêmio me enche de orgulho e me deixa muito feliz pelo reconhecimento”, declarou Gerson Turelly, que também receberá £ 1 mil (cerca de R$ 7.490).
Depois da vitória, Turelly afirmou à emissora CNN Brasil que a conquista reflete a importância da foto no contexto climático, especialmente no Brasil. “Muito importante para nós brasileiros e gaúchos, que vivenciamos um momento muito crítico das enchentes”, ressaltou.
Fotógrafo não esperava vencer o prêmio
Turelly comentou que, por causa da tragédia no Estado, tirou poucas fotos, pois estava consternado com a situação. O fotógrafo disse que não esperava o reconhecimento, ao ser anunciado como finalista. “A gente busca contar uma história com uma única foto e gosto bastante dessa”, completou.
Os jurados valorizaram a composição e a luz da imagem, além da “combinação poderosa dos impactos do clima e do tempo retratados na cena”. O júri destacou que a fotografia simboliza o passado, o presente e o futuro, já que enchentes são um problema contínuo.
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O prêmio é promovido pela Royal Meteorological Society. Gerson Turelly, natural de Porto Alegre, é casado, tem filhos, é formado em administração e atua como fotógrafo profissional há 22 anos. Ele também leciona fotografia no Fotoclube Porto-alegrense.
Enchentes no Rio Grande do Sul causaram um impacto devastador. Cerca de 95% das cidades gaúchas foram atingidas, de modo que afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas. Foi a pior tragédia climática da história do Estado, resultando em 183 mortes e 806 feridos.