O proprietário do Los Angeles Times, Patrick Soon-Shiong, 72 anos, demitiu nesta semana todo o conselho editorial do jornal, depois de um crescente conflito interno sobre sua decisão de proibir o apoio a candidatos nas eleições presidenciais de 2024.
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Nascido em Porto Elizabeth, África do Sul, Soon-Shiong tem também nacionalidade norte-americana. Médico cirurgião, biocientista e empresário, Soon-Shiong adquiriu o jornal em 2018. Desde então tem adotado medidas para reformular a linha editorial.
Sua mais recente ação foi uma mudança em relação à prática do jornal, que, desde 2008, vinha endossando candidatos democratas nas eleições presidenciais.
O Los Angeles Times tinha apoiado o ex-presidente Barack Obama e outros candidatos do Partido Democrata, mas a decisão de não endossar mais nenhum candidato neste ciclo eleitoral gerou reações intensas.
Em outubro, Mariel Garza, editora-chefe do conselho editorial, renunciou ao cargo em protesto à medida. Em sua carta de demissão, Garza destacou que a decisão comprometeria a credibilidade do jornal.
Especialmente, segundo ela, depois de anos de críticas contundentes ao ex-presidente Donald Trump, que retornará ao cargo em janeiro, depois de vencer as eleições.
Garza ainda argumentou que a “omissão” do Los Angeles Times em apoiar a vice-presidente Kamala Harris, californiana, candidata democrata à presidência, contradizia a postura editorial recente do veículo.
Dono do Los Angeles Times disse que optou por cobertura imparcial
Soon-Shiong justificou a mudança como uma tentativa de fornecer uma análise mais neutra, ao permitir que os leitores formassem suas próprias opiniões sem a influência direta do jornal. Ele afirmou que o objetivo era garantir uma cobertura imparcial das políticas de cada candidato, sem que o jornal se envolvesse diretamente no processo eleitoral.
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A postura adotada pelo Los Angeles Times remonta ao período de 1976 a 2008, quando a publicação manteve uma postura de neutralidade nas eleições presidenciais.
Antes disso, o jornal, fundado em 1881, havia tradicionalmente apoiado candidatos republicanos até 1972, quando endossou o também californiano Richard Nixon. Foi o último apoio a um candidato do Partido Republicano, antes da crise do Watergate.
Com a agenda woke despencando, o bolso dele “doeu”!
O dono do jornal está correto em suas decisões. A imprensa tem por obrigação informar os fatos e os leitores comentarem e tirarem suas conclusões.