Fora do rádio e da televisão desde agosto de 2023, o jornalista Milton Neves assumiu a vontade de voltar à imprensa, em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo.
Aos 73 anos, o apresentador deixou a rádio e a televisão do Grupo Bandeirantes para cuidar da saúde mental e da depressão que sofre desde a morte da mulher, Lenice Neves, em agosto de 2020, vítima de câncer.
“Só tive uma namorada e mulher na vida”, recorda Milton Neves, ao confidenciar que não está totalmente recuperado da depressão. “Ainda não sarei e não vou sarar nunca. De 100% da depressão, já estou quase 50%. Mas esquecer…”
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O jornalista diz ter “zero pressa” para retomar a carreira, mas revela que mantém esse desejo. “Agora, quero voltar, chega de ficar à toa.” Na Band, Milton apresentou os programas Terceiro Tempo, Que Fim Levou e Gol: O Grande Momento do Futebol, entre outros. Ele assegura: “Ninguém faz rádio esportivo melhor do que eu no mundo”.
A dedicação excessiva ao trabalho e o sacrifício do tempo com a família sãs seus únicos arrependimentos. O jornalista tem três filhos e duas netas. Porém, engana-se quem pensa que Milton Neves deixou de trabalhar. O radialista dedica seu tempo à administração de uma empresa de marketing, a Milton Neves Publicidade, fundada em 1998.
O apresentador se recorda com tristeza do tratamento que recebeu por parte de alguns colegas que ajudou em sua profissão. “Tem narrador, apresentadora que me copia até hoje”, e filosofa: “A inveja é o mau hálito da alma”.
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Um dos mais gratos, para Milton Neves, é o ex-jogador José Ferreira Neto, o “Craque Neto”, que herdou o horário do antigo Terceiro Tempo com o Apito Final, nas noites de domingo. “Ele faria por mim qualquer coisa que ele pudesse”, garante.
Milton Neves avalia a seleção de Neymar e Pelé
O apresentador não mede palavras para se dirigir ao time canarinho. “A Seleção Brasileira hoje é uma Bolívia em má fase”, diz, ao poupar o treinador Dorival Júnior, que “não tem culpa nenhuma, não tem quem convocar”. “É o pior momento de um técnico em questão de opção.”
O radialista também disse não enxergar Neymar no futuro da Seleção Brasileira. “Neymar já era”, destacou, ao afirmar que o jogador “não é benquisto”.
“Por isso, comparar Pelé com Neymar é igual comparar Nova York com Muzambinho”, concluiu Milton Neves, ao relembrar a cidade mineira onde nasceu.
A morte do Rei do Futebol, em dezembro de 2022, foi um dos momentos mais impactantes de sua carreira. “Eu não parava de chorar”, revela. “Pelé e Deus me nortearam na vida.”
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Sem dúvida ainda é o papa da comunicação esportiva, pelas tranqueiras que temos hoje, continua o rei .