De acordo com a PF, Chico Rodrigues cobrava a liberação do dinheiro de emendas para o pagamento de empresas investigadas no esquema criminoso
O senador licenciado Chico Rodrigues (DEM-RR), ex-vice-líder do governo Bolsonaro, atuava como “gestor paralelo” na Secretaria de Saúde de Roraima, segundo investigação da Polícia Federal (PF). O relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, decidiu retirar o sigilo do processo.
De acordo com o relatório que Oeste teve acesso, Chico Rodrigues cobrava a liberação do dinheiro de emendas parlamentares para o pagamento de empresas investigadas no esquema criminoso.
“Você adiantou o pgto da Gilce/18: serviços?”, disse o senador roraimense, em mensagem encaminhada a um funcionário, ao cobrar o adiantamento do pagamento da empresa de fornecimento de álcool em gel.
Na semana passada, o parlamentar foi flagrado pela Polícia Federal com mais de R$ 33 mil em casa. Do montante, cerca de R$ 17 mil estavam escondidos na cueca de Chico Rodrigues. A defesa nega que a origem do dinheiro seja ilícita.
“A forma com que o senador cobrava o pagamento indica que o parlamentar estaria atendendo não apenas aos interesses do estado de Roraima, mas também aos seus próprios”, concluiu a PF.
No relatório, a PF informa também que Chico Rodrigues justificou o dinheiro escondido na cueca dizendo ter sido proveniente de saques e da venda de gado. Os delegados que atuaram no caso, no entanto, dizem que não foram apresentados “nenhum comprovante de saque, tampouco recibos da venda de gado”.