Atitudes de precaução em razão da covid-19 estão corretas; continuar levando a vida normalmente é “agir de forma egoísta e até psicopata”
Medidas de proteção individuais e coletivas contra a pandemia da covid-19 não são atitudes alarmistas, mas sim corretas, segundo artigo publicado por Nassim Nicholas Taleb, do New England Complex Systems Institute, e Joseph Norman, da Escola de Engenharia da New York University.
Para eles, na situação atual, o risco é pequeno para o indivíduo, mas grande para a sociedade. Isso é o oposto ao que ocorre em um acidente de carro, quando o risco é alto para o indivíduo, mas baixo para a sociedade.
De acordo com o artigo, “é agir de forma egoísta e até psicopata” tentar continuar com a vida normalmente em meio à crise que enfrentamos.
Taleb e Norman usam como exemplo a “tragédia dos comuns”, reconhecido experimento econômico que demonstra como é melhor para todos que cada um cuide dos próprios interesses, não deixando a responsabilidade para a sociedade.
Eles também utilizam outro conceito da ciência econômica, o trade-off, em que as pessoas devem fazer escolhas de acordo com os recursos limitados que existem, como, por exemplo, os hospitalares.
Quanto mais as pessoas se protegem, menos indivíduos ficam doentes ao mesmo tempo, evitando assim que os hospitais fiquem sobrecarregados.
Por esse motivo, Taleb e Norman afirmam que o ético a fazer é utilizar tanto medidas coletivas quanto individuais para evitar o contato entre as pessoas. Todos somos “uma potencial barreira e uma fonte de risco de contaminação”.