As questões do binômio ambiente-clima continuam cada vez mais controversas. Mesmo sem plenas certezas científicas, as medidas políticas para uma falsa “economia verde” seguem em passos largos. Seu pilar não é a ciência verdadeira, mas sim aspectos abstratos jurídicos, pois se baseia no “princípio da precaução” — uma esfera de ação que jamais poderia ser aplicada a essa causa, na qual a magnitude escalar dos processos está completamente fora do controle da humanidade, além de serem pouco compreendidos.
Um recente estudo publicado na revista científica Chemistry (Química), intitulado “Desafiando a Química das Mudanças Climáticas”, de autoria de Bruce Peachey e Nobuo Maeda, trouxe à tona o que já propagamos há muitos anos: os ciclos da natureza ainda são desconhecidos e a interferência humana, mais ainda. Embora, no texto, os autores considerem a hipótese do CO₂ operando como um verdadeiro efeito “estufa”, suas críticas a essa premissa são contundentes. Isso evidencia diversos erros abissais, especialmente na avaliação dos ciclos da água, do oxigênio e do carbono.
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Além disso, Peachey e Maeda atacaram, em pontos nevrálgicos, a narrativa do alarme climático induzido pelo CO₂, minando-a por meio da ciência química e dos questionamentos ainda sem resposta. Como também atuam na área de engenharia, criticaram com propriedade as estratégias de mitigação da “Captura e Armazenamento de Carbono” (CCS), demonstrando que essas iniciativas levam a um aumento nas emissões de CO₂, e não o contrário. Também mostraram que a quantidade de CO₂ presente na troposfera (a primeira camada da atmosfera, de baixo para cima) não é suficiente para promover a acidificação dos oceanos.
O artigo ressalta, primeiramente, uma questão que há 20 anos também trazemos à tona: as escalas envolvidas quando o tema se torna “global”. Os autores fizeram as costumeiras comparações entre o tamanho da Terra e seu raio, a espessura da atmosfera, a troposfera, a profundidade dos oceanos e, por fim, a limitação de atuação da biosfera, que está imersa no Estrato Geográfico.

O ciclo do carbono
O estudo focou no ciclo do carbono e evidenciou como os modelos que o abordam ainda carecem de representatividade da realidade. Os autores analisaram os dados históricos geológicos dos níveis de CO₂ ao longo do tempo e em diferentes escalas. Também se preocuparam em estimar o estado real de acúmulo do gás, em relação ao que é previsto pelos modelos econômicos de clima, além de discutir para onde estaria indo o carbono emitido pela queima de combustíveis, conhecido como “carbono ausente”, fator ainda desconhecido.
Os pesquisadores demonstraram que a Terra está se adaptando normalmente ao aumento da disponibilidade de carbono na atmosfera, exatamente como fez no passado geológico. Ou seja, não está ocorrendo nenhum desastre ou problema ambiental, como tanto propagam. Em outras palavras, se o CO₂ antropogênico (emitido pelos humanos) supostamente cresceu, cresceram também os sumidouros (absorvedores das emissões), que se beneficiaram dessa maior oferta, aproveitando-se da disponibilidade aumentada de carbono. Atualmente, ele ainda é bastante escasso nos processos de rápida circulação, ou seja, na atmosfera, que é o sistema de maior mobilidade dentre os terrestres (lembrando que os oceanos são muito lentos, e as rochas, ultralentas).
Além disso, os autores lançaram desafios aos químicos, dividindo os ciclos do carbono por setores e levantando questões focadas na escala das atividades humanas, tão condenadas pelo IPCC. Eles questionaram se os balanços de massa de entrada e saída de carbono foram corretamente avaliados. Entre esses fatores, destacaram a absorção do CO₂ pelos oceanos, considerando que, na base da atmosfera, há uma melhor mistura desse gás com os demais componentes. Assim, seria esperado que as mudanças no pH da água da superfície e o crescimento do fitoplâncton fossem relativamente consistentes. No entanto, questionam se há, de fato, indicações químicas dessas alterações ou se as mudanças no pH ou na atividade biológica estão limitadas a certas áreas, onde outros mecanismos podem estar em ação.
Os complementos a essa questão estão novamente associados a escalas menores, como o deságue de rios, as temperaturas da superfície do mar (TSM) e as temperaturas do perfil dentro da camada de mistura oceânica (a primeira camada dos oceanos, de cima para baixo). Como a solubilidade dos gases é inversamente proporcional à temperatura das águas, não basta haver CO₂ disponível próximo à superfície do mar para que a absorção esteja garantida. As temperaturas precisam ser compatíveis. Esse fator determina os locais terrestres onde a absorção é maior e onde a vida pode utilizá-lo.

Mais preocupações
Outro ponto levantado foi o escoamento terrestre que segue para os mares, no qual novamente as questões de ocupação intensiva foram citadas. Nesse caso, o carbono não viria na forma de dióxido de carbono, mas como carboidratos e hidrocarbonetos transportados pelo esgoto de grandes centros urbanos costeiros. Os autores citaram regiões como os Grandes Lagos, nos Estados Unidos, e pronunciados sistemas fluviais que deságuam nos oceanos, como as bacias do Mississippi (EUA), do Nilo (África), do Rio Amarelo (China) e do Reno (Europa). O uso de seus recursos e as mudanças na ocupação do solo por atividades industriais ou agrícolas devem resultar em aumentos localizados de carbono nos oceanos, lagos e rios. No entanto, os fluxos de resíduos, a poluição de esgoto e seus impactos são mal compreendidos e não são devidamente contabilizados nesses balanços.
Os autores também expressam preocupação com os sumidouros de carbono, pois interferem na disponibilidade de oxigênio molecular (O₂). Ressaltaram que o ciclo do carbono tem ligações estreitas com o ciclo do oxigênio nos ciclos rápidos. Lembraram que todo o oxigênio disponível na atmosfera atual é proveniente da fotossíntese das plantas, especialmente do fitoplâncton oceânico presente na camada fótica (que recebe luz solar). Questionam se realmente sabemos o quanto a disponibilidade de carbono no meio líquido favorece o desenvolvimento das plantas, especialmente em escala global.
Por meio de equações estequiométricas do ciclo rápido, demonstraram que, a cada aumento de 1 ppm (parte por milhão) na concentração de CO₂ proveniente da queima de combustíveis fósseis, as concentrações de oxigênio diminuem cerca de 2,15 ppm. Assim, se a redução na concentração de O₂ atmosférico está diretamente relacionada ao aumento do CO₂ restante na atmosfera, como poderia haver absorção suficiente de CO₂ pelos oceanos para causar acidificação, considerando que esses são altamente tamponados quimicamente? Essa foi apenas uma das questões levantadas.

Por que a economia verde é uma farsa
Em relação aos projetos de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS), os autores questionam a lógica da “responsabilidade de balanço zero” para conter o “aquecimento global”, ao injetar CO₂ no solo. Eles perguntam: o que acontecerá com o oxigênio nesse processo? Afinal, ele estará preso junto ao CO₂ e à água (H₂O) permanentemente. Se o propósito do CCS é reduzir a concentração atmosférica de CO₂, torna-se imperativo verificar se isso é realmente possível, pois não há clareza sobre sua eficácia.
Por fim, Peachey e Maeda argumentam que a Química deveria auxiliar na compreensão do balanço de massa de carbono. No entanto, ressaltam que essa análise está imersa em uma hipótese sem fundamento histórico-geológico: a ideia de que as mudanças climáticas ou o aquecimento global sejam causados pelo CO₂ antrópico. Seguir uma premissa falsa não contribui para o avanço do conhecimento científico. Eles sugerem que a ciência deveria, em vez disso, questionar os modelos climáticos do IPCC, a baixa eficiência do CO₂ na retenção de calor e os erros nas premissas utilizadas para sustentar a hipótese do aquecimento global.