Em seu artigo publicado na Edição 98 da Revista Oeste, Dagomir Marquezi lembra que as trevas noturnas já foram motivo para o terror da humanidade, mas, aos poucos, o terror acabou e a noite está acabando também.
“Existe uma boa chance que você passe sua noite trancado no seu apartamento, esquentando o jantar no micro-ondas, contando com o porteiro do edifício para avisar se algum chato aparecer para interromper seu filme. Nosso problema máximo é se vamos ligar o ar-condicionado ou apelar para o edredom. Não imaginamos o terror que o simples pôr do sol de todos os dias significou há meros 300 anos.”, escreve Marquezi.
Leia outro trecho
“Hoje, as populações estão cada vez mais concentradas em cidades. E, nas cidades, de certa forma, a noite está morrendo. Imagens de satélite mostram clarões urbanos permanentemente acesos, ocupando espaços de centenas de quilômetros ao redor de metrópoles e nas conexões entre cidades como Nova Iorque e Washington e Rio de Janeiro e São Paulo. Muitos dos terrores do passado estão dominados. Com a globalização da economia e a internet, podemos nos dar o luxo de dormir de dia e trabalhar à noite. É um grande avanço para o bem-estar e a produtividade do ser humano. Roger Ekirch observa que essa condição traz em si um toque de tristeza:
‘A beleza do céu noturno, alternando ciclos de escuridão e luz, e as pausas regulares da alternância diária de imagens e sons — tudo isso será prejudicado pelo aperfeiçoamento da iluminação. Sistemas ecológicos, com seus padrões próprios de vida noturna, sofrerão muito. Com a escuridão diminuída, oportunidades para a privacidade, a intimidade e a autorreflexão vão se tornar mais raras. Chegando esse dia luminoso, nós perderemos um elemento vital de nossa humanidade — um elemento tão precioso quanto eterno’.”
Revista Oeste
Além do artigo de Dagomir Marquezi, a Edição 98 da Revista Oeste traz reportagens especiais e textos de J.R. Guzzo, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel, Caio Coppolla, Ubiratan Jorge Iorio, Silvio Navarro, entre outros.
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Sono alterado , neurônios em novas danças. Tudo começou com a invenção da energia elétrica. Pensa! Obrigada pela revista . Chegay !