Nesta quarta-feira, 24, as Forças de Defesa de Israel (FDI) avançaram mais profundamente em Khan Younis, a maior cidade do sul de Gaza. Dois grandes hospitais foram cercados, enquanto um ataque aéreo atingiu um abrigo das Nações Unidas (ONU), matando pelo menos 9 pessoas e deixando outras 75 feridas. O exército israelense negou a autoria da ação.
As autoridades da ONU não culparam diretamente Israel, mas fizeram insinuações nas redes sociais. Segundo o diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) em Gaza, Thomas White, o ataque partiu de dois disparos de tanque – sendo Israel o único combatente com tanques em Gaza.
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Investigações internas de Israel apontam para a possibilidade de ter sido um foguete errante do Hamas o causador do incidente.
“Depois de uma inspeção dos sistemas operacionais, as FDI agora descartam a possibilidade de que o incidente tenha sido causado por um ataque aéreo ou fogo de artilharia pelas forças israelenses”, afirmaram.
As FDI divulgaram que seguem conduzindo uma análise “aprofundada da atividade das forças terrestres na área da instalação”.
Em resposta anterior, na quarta-feira, Israel afirmou que a área mais ampla ao redor do centro da ONU era uma base significativa de terroristas do Hamas.
O chefe da agência de ajuda palestina da ONU, Philippe Lazzarini, garantiu que o abrigo, com 800 pessoas no momento do ataque, estava marcado como instalação da organização humanitária e que a localização havia sido compartilhada com as FDI.
Washington classifica o ataque de “incrivelmente preocupante”
Em coletiva de imprensa em Washington D.C., a capital dos Estados Unidos, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, falou sobre a preocupação com o ataque. “Os civis deve ser protegidos, e a natureza protegida das instalações da ONU deve ser respeitada”, disse.
Patel se recusou a responder aos jornalistas se as autoridades dos EUA haviam falado com os israelenses sobre o incidente.
Israel havia pedido evacuação da área um dia antes do ataque
Milhares de civis haviam fugido do norte de Gaza quando iniciou a guerra. Os civis buscaram proteção em Khan Younis, ao sul do território galense. A cidade ficou lotada de abrigos e tendas nas ruas.
Na terça-feira, 23, o exército israelenses ordenou evacuações das áreas da cidade que incluem os hospitais Nasser e Al-Amal, cercados no dia seguinte. De acordo com testemunhas, as unidades de saúde seriam as últimas em Gaza ainda fornecendo cuidados médicos limitados.
Entenda o interesse de Israel em Khan Younis
As FDI descrevem Khan Younis como um bastião do Hamas. O militares israelenses acreditam que o chefe do grupo terrorista em Gaza, Yahya Sinwar, esteja escondido em uma das galerias construídas no subsolo da cidade.
Em um comunicado, as FDI acusaram o Hamas de explorar a população civil e afirmaram que sua operação em Khan Younis continuará até que tenham concluído “desmantelar a estrutura militar do Hamas e os redutos do grupo”.