O Aeroporto Internacional de Savannah, no Estado da Georgia, nos Estados Unidos, mantém dezenas de covas em sua pista de pouso. Desde 1857, quando começaram a ocorrer as sepulturas no local, milhões de passageiros avistaram a cena.
Apenas em 2022, por exemplo, 3,5 milhões de passageiros passaram pelo aeroporto. Naquele período, houve cerca de 115 mil operações de pouso e decolagem — a maior parte na pista com as sepulturas.
Uma parcela das sepulturas está num território antigamente conhecido por Cherokee Hills. Era uma fazenda que ocupava a região no século 19.
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Hoje, quatro covas restam no local. Elas guardam os restos mortais de Richard e Catherine Dotson, além de seus parentes Daniel Hueston e John Dotson. Os dois primeiros ficam na pista de pouso mais utilizada do aeroporto, enquanto os outros dois estão logo ao lado.
Na cova de Richard está escrito “Em repouso”. Na de Catherine, por sua vez, “Foi para casa descansar”. As sepulturas mais antigas no local, de Daniel e John, remontam a 1857.
Por que a administração do aeroporto não remove as covas?
Os antigos proprietários do local permaneceram enterrados a pedido dos familiares. Eles acreditavam que seus antepassados gostariam de continuar nas terras que ajudaram a construir.
Ao mesmo tempo, corpos sepultados em outras covas foram removidos e levados para um cemitério. Essa manobra precisou da autorização dos herdeiros.
Familiares de mortos enterrados no aeroporto têm autorização para visitar as sepulturas. Contudo, nenhum objeto pode ser deixado ali, incluindo flores, porque há o risco de serem ingeridos pelos motores dos aviões.
A história do Savannah
O aeroporto passou por diversas obras na região da fazenda dos Dotson. A década era de 1940, início da Segunda Guerra Mundial, e o objetivo era transformar o local num complexo militar.
Na época, o aeroporto chamava Campo Chatham. Ele foi utilizado como centro de treinamento para voos de bombardeiros, como o Consolidated B-24 Liberator, e de caças.
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As transformações no aeroporto tiveram início nas décadas seguintes, mas sempre preservando as sepulturas. Só a partir da década de 1980 que o local passou a se chamar Aeroporto Internacional de Savannah.