Alexei Navalny garantiu “não dará a Putin a satisfação de não voltar para a Rússia”
O líder opositor russo Alexei Navalny acusou Vladimir Putin de estar por trás do envenenamento que o colocou em coma, mas insistiu que ele quer voltar à Rússia para continuar sua campanha política contra o governo.
Nesta quinta-feira, 1º, a revista Der Spiegel publicou a primeira entrevista dele desde o episódio. O politico deixou o hospital na Alemanha no dia 23 de setembro.
Navalny garantiu “não dará a Putin a satisfação de não voltar para a Rússia”, acrescentando: “Minha tarefa é continuar sendo o cara que não tem medo. E eu não tenho medo!”.
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O ativista de oposição mais conhecido da Rússia tem sido o foco da atenção internacional desde que a Alemanha revelou que ele foi envenenado com o agente nervoso novichok enquanto estava na Sibéria. Berlim exigiu uma explicação do Kremlin, que negou qualquer envolvimento.
Na entrevista, Navalny disse que o uso de uma nova variedade de novichok, que é “acessível apenas a um pequeno círculo de pessoas”, mostrou que Putin deve ter sido o responsável. “Não tenho outras versões [para explicar] o que aconteceu”, disse ele.
Como registra o jornal Financial Times, as acusações de Navalny geraram uma resposta veemente de uma elite política russa que normalmente tenta ignorá-lo. Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, disse que as alegações eram “absolutamente infundadas e inaceitáveis”.
De acordo com o relato da revista, as sequelas do envenenamento de Navalny foram visíveis durante a entrevista, quando ele teve de usar as duas mãos para despejar um copo d’água. Mas enquanto algumas semanas atrás ele mal conseguia andar, ele subiu as escadas para chegar aos escritórios da Spiegel, evitando o elevador.
Navalny afirmou que aqueles que o envenenaram planejaram claramente que ele morresse no avião: “Teria sido apenas uma morte suspeita”.
Descrevendo como ele adoeceu no avião, ele disse: “A impressão mais importante foi: você não sente dor, mas sabe que está morrendo”.