A Alemanha perdeu mais um dos seus ídolos neste início de ano, com a morte de Andreas Brehme, nesta terça-feira, 20. Brehme foi o lateral-esquerdo que fez o gol do título da seleção alemã na Copa do Mundo de 1990. Além de outros dois naquele Mundial.
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No dia 6 de janeiro, Franz Beckenbauer, considerado o maior jogador de futebol da história alemã, havia falecido, aos 78 anos. Brehme morreu de parada cardíaca, em hospital de Munique, aos 63 anos.
Brehme se consagrou como um dos maiores laterais ambidestros da história. Usava com a mesma eficiência e habilidade as duas pernas para jogar. Nascido em Hamburgo, iniciou-se no futebol nas categorias de base do Barmbek-Uhlenhorst.
Ingressou no FC Kaiserslautern em 1981 e logo se tornou jogador de seleção. Foi vice-campeão na Copa do Mundo de 1986, ano em que se transferiu para o Bayern de Munique.
De lá, já com o amigo Lothar Matthaus (capitão na conquista em 1990) e com o atacante alemão Jurgen Klinsmann, fez parte do trio histórico alemão que integrou a Inter de Milão, campeã da Copa da Uefa de 1989 e Italiana em 1991.
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O auge, para ele, já havia chegado, quando, em 1990, foi um dos principais jogadores na conquista do título mundial pela equipe nacional. Fez gol contra a Holanda, nas quartas de final, e contra a Inglaterra, nas semifinais, antes de marcar o gol da vitória, contra a Argentina, de pênalti, na final.
Brehme adquiriu o hábito de, nas cobranças de pênalti, principalmente pela Inter de Milão, chutar com o pé direito. Mesmo assim, ficava sempre a dúvida. O goleiro adversário nunca sabia com qual perna ele iria bater.
Final da carreira e tristeza
Em 1992, ele se transferiu para o Zaragoza, da Espanha e, em 1993, retornou para o “seu’ Kaiserslautern. Foi quando, em 1996, sofreu sua maior derrota, ao ser rebaixado com o time para a Segunda Divisão.
A cena de ele, já campeão mundial, chorando depois do rebaixamento, consolado pelo amigo Rudi Vôller, também campeão mundial e então no Bayer Leverkusen, foi uma das mais marcantes da carreira do ex-jogador.
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Ao deixar os gramados, ele atuou como técnico no Kaiserslautern e chegou às semifinais da Copa da Uefa em 2000/2001. Parecia, já no fim da vida, sentir falta dos tempos de glória e dos desafios que o futebol lhe impôs. Amigos próximos dizem que ele ficou muito abalado e se enfraqueceu depois da morte de Beckenbauer.
Brehme deixa a esposa, Susanne Schaefer, e dois filhos adultos de seu casamento anterior. Como jogador, chegou ao topo por sua seleção e se colocou ao lado de Helmut Rahn (1954), Gerd Müller (1974) e Mario Götze (2014), que também fizeram gols decisivos nos títulos mundiais da Alemanha.
Em 86 jogos, Brehme fez oito gols pela seleção alemã. Cinco deles em campeonatos mundiais ou europeus. Na homenagem da Federação Alemã ao ex-jogador, o texto no site da entidade resumiu qual foi a maior marca da carreira dele: “Ele era um homem para os grandes momentos.”
Um dos maiores laterais de todos os tempos. Descanse em paz, que Deus o receba.