Belarus, país aliado a Rússia, realizou no domingo 27 um referendo em que aprovou uma nova Constituição que elimina seu status de “não nuclear”. É na fronteira do país com a Ucrânia que autoridades russas e ucranianas se reúnem nesta segunda-feira, 28, para discutir um cessar-fogo.
Segundo a comissão eleitoral bielorrussa, citada por agências noticiosas russas, a população que participou da votação se disse a favor de permitir que o país abrigue armas nucleares e forças militares russas de maneira permanente.
Relacionadas
O referendo também inclui um pacote de reformas que estende o mandato do líder Alexander Lukashenko, no poder desde 1994. As alterações também garantem imunidade a ex-líderes de Belarus por crimes cometidos durante seus mandatos.
Agora, armas nucleares podem ficar estacionadas em solo de Belarus pela primeira vez desde que o país abdicou das ogivas que havia herdado após a queda da União Soviética, em 1991.
O movimento do país aliado ao Kremlin ocorreu no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, determinou que as forças nucleares do país entrem em alerta de combate devido às críticas feitas por países da Otan à guerra na Ucrânia.
Falando em um local de votação neste domingo, Lukashenko afirmou que ele poderia pedir à Rússia que devolva armas nucleares a Belarus.
“Se vocês [países ocidentais] transferirem armas nucleares à Polônia ou à Lituânia, para as nossas fronteiras, vou dizer a Putin para devolver as armas nucleares que dei sem nenhuma condição”, disse.
Apoio a Putin
A decisão deixa evidente o apoio de Lukashenko à invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele permitiu que tropas russas entrassem no país para chegar até a Ucrânia pelo norte, após o início da ofensiva de Putin.
Lukashenko pediu apoio a Moscou após os protestos em Belarus em 2020 para garantir empréstimos que amortecessem sanções ocidentais a Minsk.
Países ocidentais já declararam que não deverão reconhecer os resultados do referendo, que acontece sob pano de fundo de uma ampla repressão a opositores do governo de Minsk.
Segundo agências internacionais, ativistas de direitos humanos afirmam que houve mais de mil prisões por motivos políticos em Belarus a partir deste domingo, já que o referendo gerou protestos antiguerra em várias cidades do país.
Com a extensão da permanência no poder por dois mandatos consecutivos de cinco anos, Lukashenko segue os passos de Vladimir Putin, que, em 2020, realizou mudanças na Constituição que permitiram que ele continuasse no poder até 2036.
O totalitarismo, despotismo e ditadura são heranças da antiga URSS que através do russo Putin que deixam a diplomacia, o diálogo para destilar sua truculência, arrogância através da guerra , da agressão, de assassinato de pessoas em pleno século XXI.