A editora Ambo Anthos, responsável por publicar o livro The Betrayal of Anne Frank, suspendeu a impressão dos exemplares nesta segunda-feira, 31, depois de 13 dias do lançamento oficial. O conteúdo da obra foi contestado.
O cerne do trabalho está na descoberta do delator do esconderijo da família de Anne: Arnold van den Bergh, um vizinho da família Frank. Segundo a agência de notícias Reuters, pesquisadores disseram que a descoberta está cheia de erros.
“Aguardamos as respostas dos pesquisadores para as perguntas que surgiram e estamos adiando a decisão de imprimir outra tiragem”, informou um e-mail da editora endereçado ao grupo que a interpelou, obtido pela Reuters.
À Reuters, a Anthos não comunicou quais trechos do livro foram questionados.
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A mais recente obra sobre a jovem detalhou as conclusões de uma investigação de seis anos sobre o mistério de como os nazistas encontraram o famoso esconderijo em 1944. Anne e outros sete judeus foram descobertos pelos nazistas em 4 de agosto, depois de terem se escondido por quase dois anos em um anexo secreto num armazém, em Amsterdã. A menina morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, aos 15 anos.
Arnold van den Bergh era notário e membro do Conselho Judaico. Ele tinha muitos contatos e foi inicialmente protegido da deportação. Mas em 1944 essa proteção foi removida. Aparentemente, van den Bergh, que tinha ligações com nazistas de alto escalão, estava preparado para esse momento.
A equipe de especialistas supõe que van den Bergh mantinha uma lista de judeus escondidos. Em seu desespero e na esperança de poder proteger sua esposa e suas três filhas, ele teria cometido a traição de acordo com as últimas descobertas. Ele entregou a lista aos nazistas, selando a sentença de morte para Anne Frank e sua família.