A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, confirmou em um evento que não será candidata às eleições presidenciais de outubro. A declaração da esquerdista foi dada na quinta-feira 27.
Apesar das manifestações de seus partidários pedindo para ela concorrer, Cristina afirmou não ter planos de voltar à Presidência da Argentina. Ela já presidiu o país duas vezes e faz parte da esquerda peronista.
Embora as pesquisas a coloquem como a peronista com melhores possibilidades, ela afirmou estar “condenada, proscrita, incapacitada e alvo de tentativa de assassinato”. Cristina lembrou a frustrada tentativa de assassinato ocorrida em setembro do ano passado.
A vice-presidente pediu “um programa” para ser debatido no movimento peronista, mas evitou se pronunciar sobre candidaturas da situação, depois de o atual presidente argentino, Alberto Fernández, optar por não disputar a reeleição.
No evento, Cristina rejeitou a proposta de dolarização da economia, apresentada pelo candidato liberal à Presidência Javier Milei. Ela também criticou o acordo assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo governo anterior de Maurício Macri, no valor de US$ 44,5 bilhões.
Inflação da Argentina
Segundo Cristina, o acordo com o FMI é inflacionário e é um “empecilho” para o país. Ela pediu uma revisão do acordo, para tirar condicionalidades, como proibir a intervenção do Banco Central.
“A inflação atual, de 104% em ritmo anual, não para com a dolarização”, disse Cristina Kirchner, ao mostrar uma tabela segundo a qual a disparada dos preços, que acumulam quase 22% até agora neste ano, começou com a assinatura do pacto. “O acordo com o FMI é um empecilho. É criminoso. Estamos diante de um dilema brutal.”
Cristina também falou sobre a sentença que recebeu em dezembro, condenada a seis anos de prisão e inabilitada para cargos públicos por fraude em obras rodoviárias, sentença descrita por ela como “perseguição política”.
A decisão de não concorrer nas eleições, segundo a vice-presidente, não está relacionada à sua condenação.
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Após ter destruído o próprio país, abandona o lugar dizimado, da mesma forma que os gafanhotos. É assim que os esquerdistas agem.
Não tem mais nada para destruir nem para roubar.