A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou nesta terça-feira, 28, que vai intensificar os controles de fronteira com o Brasil. A declaração ocorre depois de o governo de Javier Milei anunciar a construção de um muro na fronteira com a Bolívia.
“Além da Bolívia, planejamos expandir [essa política] para outros pontos de fronteira”, declarou a ministra à rádio argentina Mitre. “Agora, vamos para a fronteira em Misiones com o Brasil, que é uma fronteira onde se entra no país a pé em muitos lugares e onde tivemos assassinos e problemas.”
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Na última sexta-feira, 24, uma cidade da Província de Salta, no norte da Argentina, anunciou a abertura de uma licitação para a construção de uma cerca de 200 metros na fronteira com a Bolívia, em parceria com o governo Milei.
A iniciativa visa a conter travessias ilegais e contrabando. A proposta é semelhante à da construção do muro entre os EUA e o México, que voltou a ser discutida em Washington nos primeiros dias do novo governo de Donald Trump, tido como referência por Milei.
“Foi solicitada a construção de uma cerca linear […] para evitar que as pessoas cheguem à cidade sem passar pela migração”, disse o interventor da cidade de Águas Blancas, Adrián Zigaran.
Rio Bermejo faz parte da “rota da droga” para a Argentina
Segundo Zigaran, a estrutura terá 2 metros e meio de altura e será instalada entre a aduana argentina e um terminal de ônibus. A barreira ficará antes do acesso ao Rio Bermejo, que marca a fronteira natural entre Argentina e Bolívia.
O Rio Bermejo faz parte da chamada “rota da droga”, conforme informações do Ministério da Segurança argentino. Também é utilizado por argentinos que atravessam até a cidade boliviana de Bermejo para comprar produtos mais baratos.
“Passam ares-condicionados, geladeiras de duas portas, eletrodomésticos de última geração, como dez viagens por dia”, assinalou Zigarán. “A verdade é que estão rompendo o tecido comercial de Orán e do norte argentino com esse descontrole de importação de mercadoria ilegal.”
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A decisão gerou reações do governo boliviano. O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia expressou “preocupação” com o anúncio.
As autoridades bolivianas também defenderam a ideia de que questões fronteiriças sejam discutidas por meio de mecanismos de diálogo bilaterais, ressaltando que “qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”.
A construção da cerca faz parte do Plano Güemes, lançado pelo governo de Javier Milei em dezembro do ano passado para combater crimes federais.
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A Argentina tem adotado medidas para combater o tráfico de drogas na fronteira com a Província de Salta, no norte do país. As cidades-alvo dessas ações estão situadas a aproximadamente 1,6 mil quilômetros de Buenos Aires.
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