Na França, arqueólogos afirmam ter descoberto numa caverna galerias com antigas marcações feitas há mais de 75 mil anos, e que os registros são obras dos neandertais. Segundo os pesquisadores, trata-se de uma descoberta de fundamental importância para a arqueologia, porque este é o primeiro exemplo inequívoco de gravuras rupestres feitas por neandertais já descoberto. O achado aconteceu na caverna francesa de La Roche-Cotard.
Jean-Claude Marquet, arqueólogo da Universidade de Tours, na França, afirmou num artigo publicado no periódico científico PLOS ONE que a obra de arte deve ter sido isolada do mundo exterior entre 51 e 57 mil anos atrás. O pesquisador chegou à conclusão depois de datar os sedimentos à entrada da caverna, que havia sido descoberta no início do século 20. “As descobertas sugerem que o Homo sapiens não poderia ter entrado na caverna e registrado as gravuras depois que eles chegaram à Europa Ocidental, há cerca de 45 mil anos”.
Arte antiga
No artigo, os arqueólogos dizem ainda que, “15 anos após a retomada das escavações no sítio de La Roche-Cotard, as gravuras foram datadas de mais de 57 mil anos atrás e, graças à estratigrafia, provavelmente de cerca de 75 mil anos atrás, tornando esta a caverna decorada mais antiga da França, se não da Europa!”.
Os artefatos encontrados na caverna de La Roche-Cotard e nas adjacências sugerem aos pesquisadores que os neandertais (os “homens das cavernas”) viveram às margens do Rio Loire há algo em torno de 100 mil a 65 mil anos. Os desenhos de dedo registrados nas paredes da antiga caverna, no entanto, não retratam figuras óbvias, como plantas ou animais. As mais antigas figuras conhecidas pintadas pelo Homo sapiens datam de 45 mil anos e foram encontradas em uma ilha da Indonésia.
Ao lado de “arranhões aleatórios” que parecem ter sido feitos por animais, os arqueólogos que trabalhavam na caverna catalogaram dezenas de “marcas alongadas ou pontilhadas, especialmente organizadas”, provavelmente feitas por hominídeos.