Confinado em um quarto vazio na sua casa de férias e lutando contra a covid-19, o presidente Joe Biden estava sozinho e exausto quando se deitou para dormir, na noite do sábado, 20 de julho.
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Pessoas próximas disseram que Biden passou longas horas sozinho, em reflexão sobre a decisão histórica que estava prestes a tomar. Ele acabara de passar dois dias intensos em Rehoboth Beach, em Delaware, reunido com sua esposa, Jill Biden, e seus assessores mais próximos, que se revezavam entre a varanda e a sala de jantar. No dia seguinte, 21 de julho, ele abriu mão da sua candidatura à reeleição à Presidência dos Estados Unidos (EUA).
Pesquisas internas e reflexões de Joe Biden
Steve Ricchetti, olhos e ouvidos do presidente no Capitólio, e Mike Donilon, estrategista-chefe, compartilharam pesquisas internas com Biden naquele sábado. Os dados refletiam o que os americanos viam há semanas: Biden estava ficando para trás, nacionalmente e em Estados-chave. Ainda havia um caminho para a vitória, disseram ao presidente, mas a luta seria difícil. Ele seria colocado contra seus doadores, metade de seu partido no Congresso e eleitores democratas, os quais concluíram que ele era velho demais para vencer.
Por mais de três semanas, Biden insistiu que permaneceria na corrida. “Apenas Deus pode me fazer desistir”, teria dito. Mas, naquela noite de sábado, algo mudou.
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“Não eram apenas as pesquisas”, disseram pessoas próximas a Biden. Mesmo assim, ele acreditava que ainda poderia reivindicar a indicação democrata e vencer o ex-presidente Donald Trump.
O que começou a mudar a mente do presidente, dizem pessoas próximas a suas reflexões, foi a realização de que, se permanecesse na corrida, estaria em uma batalha solitária que dividiria o Partido Democrata, justamente a causa a que ele havia servido quase toda a sua vida.
Decisão e elaboração de comunicado
Naquele dia, Biden fez uma pergunta-chave: “Se fôssemos fazer isso, o que diríamos?”. Juntos, eles elaboraram uma declaração, com a ciência de apenas outras quatro pessoas: a primeira-dama e seu assessor mais próximo, Anthony Bernal; seu filho Hunter; e Annie Tomasini, chefe de gabinete adjunta da Casa Branca.
Mas, primeiro, ele queria algumas horas para pensar. Às 21h daquela noite, o presidente pediu licença. Era hora de encerrar a noite.
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Para muitos de fora, parecia quase inevitável que Biden tivesse que desistir da corrida. Por semanas, pesquisas mostraram eleitores desesperados por uma nova escolha. Por dias em sequência, mais legisladores democratas pediam publicamente que ele desistisse, sob o pretexto de que ele não poderia vencer.
Doadores cancelaram eventos de arrecadação de fundos e pararam de doar dinheiro. No entanto, aqueles dentro do pequeno círculo em que estava o presidente insistiam que a história de como Biden passou da resistência à concordância não seguiu o caminho de convencê-lo de que ele estava destinado a perder. Isso nunca aconteceu, de acordo com pessoas próximas, que falaram ao The New York Times, sob condição de anonimato.
Reuniões e apoio limitado a Joe Biden
Não houve reunião da família Biden, como havia ocorrido em anos anteriores, quando ele teve que tomar grandes decisões políticas. O círculo ao redor de Biden nos dias anteriores havia encolhido para seu menor diâmetro: apenas sua esposa e seus assessores mais próximos.
Hunter Biden, que mora em Los Angeles, ligava regularmente. Pessoas próximas ao presidente disseram que ninguém escondeu as realidades sombrias dele. Porém, afirmaram que ele nunca parou de acreditar que teria sido o indicado do partido, se tivesse permanecido na corrida, e que poderia ter vencido Trump.
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Apenas um dia antes de redigir sua carta em Rehoboth Beach, Biden recebeu uma ligação de Ron Klain, o primeiro chefe de gabinete do presidente. Ele o incentivou a permanecer na corrida.
“Essa é minha intenção”, disse Biden a Klain, na sexta-feira à noite. Na manhã de sábado, a primeira-dama se reuniu com Bernal e Tomasini. Ela havia sido clara com seu marido por dias: “esta decisão é sua”, falava. “Você precisa tomar uma decisão por conta própria, mas precisa nos dizer onde está seu coração, o que está pensando.”
Últimas conversas e elaboração do anúncio
Por volta das 16h do sábado, Donilon se juntou a Ricchetti na casa de praia. Ambos estiveram ao lado do presidente desde o primeiro — e único — debate. Eles transmitiam informações em tempo real sobre os pedidos externos para que ele desistisse. Ambos disseram ao presidente que ele estava politicamente isolado.
Muitos de seus aliados queriam que ele saísse, e isso só iria piorar. Com o presidente, eles se mudaram para uma espécie de varanda fechada nos fundos da casa, perto de onde as ondas batiam na praia. Hunter Biden ligou no viva-voz. O gato do presidente, Willow, estava se esgueirando pelos pés.
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Donilon e Ricchetti estavam envolvidos na política há muito tempo e entendiam o que significava ter um caminho para a vitória. “Havia apenas um”, eles disseram ao presidente. Os delegados que Biden conquistou durante as primárias já estavam comprometidos. Seria quase impossível para outra pessoa tirá-los dele, se ele se recusasse a desistir da corrida.
A decisão final de Joe Biden
Se Biden estivesse determinado a permanecer na corrida, ele poderia ter discutido com Donilon e Ricchetti ou pedido mais evidências concretas. Em vez disso, ele não disse nada para desafiar a precisão das pesquisas e não pediu a eles que obtivessem dados adicionais.
Ele, então, perguntou sobre o que antes era impensável: desistir da corrida. Ele queria colocar algumas palavras no papel, um rascunho de um anúncio. Os três homens saíram para falar com os outros. Biden não anunciou explicitamente uma decisão, mas ficou claro para todos na sala que ele estava inclinado a desistir, o que não pareceu chocar ninguém.
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Ele instruiu Donilon e Ricchetti a trabalharem em um comunicado. Quando o presidente e os dois assessores políticos se reuniram novamente, continuaram trabalhando no comunicado, até o presidente dizer que ia dormir. Ele queria pensar sobre isso.
No dia seguinte, ele encerrou sua campanha de reeleição em uma breve carta postada nas redes sociais. Era o anúncio do fim de meio século de serviço. A decisão cimentou seu legado como um presidente de um mandato e remodelou instantaneamente a eleição de 2024.
A explicação mais razoável é de que o gabinete e Harris estavam para declará-lo incapaz. Como Dilma fez com o dossiê contra Lula para poder reeleger-se em vez de deixá-lo voltar.
Percepção, não realização. Realizar é tornar real.
GENTE!!
Se vcs acreditarem nessa estória boba..com o objetivo de fazer desse fraudador de eleição..um SER DIGNO VOCÊS SÃO MUITO TOLOS!!
O CARA NÃO CONSEGUE sair de um elevador SEM pedir licença para o seu reflexo no espelho…e vcs vão acreditar que o “cara passou a noite inteira refletindo “””……aaahhh PÁRA NÉ.
Já avisei que não dá certo reproduzir matéria de agência militante de esquerda como a EFE.