O escritor Michael Crichton (1942-2008) sempre previu o futuro. Ele escreveu sobre engenharia genética (em Parque dos Dinossauros) e sobre a ascensão dos robôs (em Westworld). Mas em Assédio Sexual (“Disclosure“, 1994). Crichton tocou num ponto que seria extremamente polêmico ainda hoje, quase 30 anos depois. E o filme, em cartaz na HBO+, seria praticamente impossível de ser produzido nessa época atual de cancelamento e patrulhas woke.
Baseado num caso jurídico real, Disclosure mostra a disputa pela presidência numa empresa de alta tecnologia de Seattle, EUA. Tom Sanders (Michael Douglas) deve virar o novo vice-presidente, mas é trocado pela novata Meredith Johnson (Demi Moore). Meredith, que já teve um caso com Tom, o convida para um papo no seu escritório depois do expediente. E o ataca — sexualmente — de forma agressiva. Tom diz não várias vezes, cede em parte, mas antes do final sai correndo da tentação. Meredith o acusa de assédio sexual. Tom responde com a mesma acusação.
Hoje, nesses tempos de militância permanente, é praticamente impossível imaginar um homem no papel de vítima de uma mulher. Mas o filme, com roteiro de Paul Attanasio e direção de Barry Levinson, torna essa situação plausível, já que Tom não é nenhum santo. Sendo concebido por Michael Crichton, Assédio Sexual também fala de tecnologia de ponta e prevê os avanços da realidade virtual. Mas é pelo jeito corajoso que trata do vitimismo que merece ser revisto hoje.
Um filme razoável, que vale a pena pelo elenco e pela premissa: o problema mesmo é a mão pesada do diretor, que não soube conduzir bem o roteiro. Assisti o filme nos cinemas, na época em que foi lançado.
Quero uma lei “Mário do Penho”. É urgente…!
Na época desse aí os filmes ainda quebravam o galho.
O petismo apoiado por muitos que hoje são “intelectuais” de direita acabou com tudo: inteligência, decência, arte, cultura, literatura, cinema, música…
Continuem na asnice (ainda se veem “direitistas” apoiando sem perceber a agenda) e vejam como é fácil restaurar.
O s asnos só sabem ser radicais, de um lado ou de outro, porque pensar é pra quem pensa.