Depois de passar dois anos em reconstrução, a Biblioteca da Universidade de Mosul finalmente reabriu as portas no último sábado, 19. O local foi queimado pelos jihadistas do Estado Islâmico em 2014, enquanto a cidade estava sobre o domínio do grupo. A destruição aconteceu quando o Exército iraquiano tentava recapturar Mosul, com a ajuda dos militares norte-americanos.
O espaço cultural, que já foi um dos mais importantes do Oriente Médio, foi restaurado pela Organização das Nações Unidas. Quando começaram as reformas, a equipe à frente das obras teve medo de que a biblioteca precisasse ser reconstruída do zero. Mas os trabalhadores conseguiram usar as colunas existentes como base. O novo edifício conta com uma coleção de 60 mil livros. Um terço deles foi doado pela Book Aid, uma instituição britânica de caridade.
“Há poucos lugares no mundo que sofreram um ataque mais direto ao aprendizado do que Mosul”, falou Alison Tweed, diretora da Book Aid, em entrevista ao jornal The Times. “Estamos incrivelmente orgulhosos de ter desempenhado um pequeno papel na restauração da coleção de livros que foi destruída.”
Durante a cerimônia de reabertura, Alaa Hamdon, professor de Física responsável pelos pedidos de doações para a biblioteca, disse que viveu um momento emocionante. “Quando voltei para a faculdade, em 2017, parei nos degraus e chorei”, disse Alaa Hamdon, durante entrevista concedida ao jornal The Times. “Durante a London Book Fair de 2019, disse que era meu sonho estar lá novamente e vê-la aberta.”