O bilionário egípcio Mohamed Al-Fayed, ex-proprietário da Harrods, foi acusado de estuprar pelo menos cinco mulheres que trabalhavam na luxuosa loja de Londres. A rede britânica BBC entrevistou mais de 20 ex-funcionárias da Harrods, que relataram agressões sexuais cometidas pelo chefe, morto aos 94 anos, em agosto de 2023, informa o O Globo.
Os relatos das ex-funcionárias foram a base do documentário Al-Fayed: Predador na Harrods. Segundo a BBC, loja não apenas falhou em impedir os abusos, mas também tentou encobrir os casos.
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Os atuais proprietários da Harrods afirmaram à rede britânica estarem “completamente chocados” com as alegações e pediram desculpas ao estafe.
Os abusos em questão ocorreram em várias cidades, entre elas Londres, Paris, St Tropez e Abu Dhabi. Uma das vítimas relatou que era adolescente quando foi violentada por Al-Fayed.
O bilionário, que chegou a acumular US$ 2 bilhões (R$ cerca de 10,9 bilhões) já havia sido alvo de denúncias anteriormente, mas não com essa magnitude.
Trajetória de Al-Fayed e controvérsias
Al-Fayed iniciou sua carreira nas ruas de sua cidade natal, Alexandria, no Egito, onde vendia refrigerantes. Posteriormente, casou-se com a irmã de um milionário traficante de armas saudita, o que facilitou a construção de seu império.
Ele se mudou para o Reino Unido em 1974 e assumiu a chefia da Harrods em 1985. Nas décadas seguintes, consolidou uma imagem pública vista como “agradável”, o que contrastava com a figura “vil” descrita pelas ex-funcionárias.
Mohamed Al-Fayed faleceu em 30 de agosto de 2023, quase 26 anos depois da morte de seu filho Dodi Al-Fayed e da princesa Diana em Paris, em 31 de agosto de 1997.
Dodi era namorado de Diana, morto no mesmo acidente que vitimou a mãe dos príncipes William e Harry.
Durante décadas, Mohamed Al-Fayed foi proprietário da Harrods e também do clube de futebol britânico Fulham até 2013. Em nota, o Fulham lamentou a morte do empresário e afirmou na ocasião que o clube tinha uma “dívida de gratidão com Mohamed pelo que ele fez”.