O escândalo do FIFAgate, que pôs fim à era do ex-presidente da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), Joseph Blatter, continua a se desenrolar. Blatter agora se prepara para enfrentar um novo julgamento que terá início no dia 6 de março de 2025. Também o ex-craque francês, Michel Platini, está envolvido, acusado de receber pagamentos irregulares da Fifa, há mais de uma década.
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Desde então, o caso está em andamento. E volta aos tribunais depois a apelação da sentença de 2022, na qual ambos foram absolvidos. Apesar da absolvição em primeira instância, a Procuradoria Geral da Suíça decidiu apelar da decisão, segundo o El Diario NY. Isso provocou a necessidade de um novo julgamento que ocorrerá em Muttenz, uma cidade próxima a Basileia, na Suíça.
A origem desse escândalo está em um pagamento realizado em 2011. Na ocasião, Blatter autorizou o controverso pagamento de dois milhões de francos suíços (aproximadamente US$ 2,21 milhões) a Platini. Na época, Platini era vice-presidente da Fifa e presidente da União Europeia de Futebol (Uefa).
O dinheiro teria sido destinado a uma remuneração pendente pelos serviços de assessoria que Platini prestou a Blatter entre 1998 e 2002, período em que Blatter assumiu a presidência da Fifa. Platini deu apoio à candidatura de Blatter.
Processos legais contra ex-jogador e o ex-presidente da Fifa
Os promotores argumentam que esse pagamento “prejudicou os ativos da FIFA e enriqueceu ilegalmente Platini”. O valor, de acordo com a investigação, não foi formalmente registrado nas contas da FIFA. No entanto, Platini defendeu a legitimidade da transação. Ele ressaltou que existia um “acordo de cavalheiros”, verbal, para que ele recebesse o valor pendente, que correspondia a um milhão de francos suíços anuais.
Platini começou a solicitar o montante em aberto no início de 2010. Em janeiro de 2011, o ex-jogador enviou uma fatura de dois milhões de francos suíços, que foi paga poucas semanas depois, em 1º de fevereiro. O pagamento ocorreu justamente depois da polêmica votação que concedeu à Rússia e ao Catar a organização das Copas do Mundo de 2018 e 2022 e foi envolta suspeitas de pagamento de propinas a dirigentes.
Os promotores, em 2022, acusaram Blatter e Platini de enganarem a equipe da Fifa em 2010 e 2011 sobre a obrigação da entidade máxima do futebol mundial de pagar o francês.
“Eles alegaram falsamente que a Fifa devia a Platini, ou que Platini tinha direito, a quantia de 2 milhões de francos suíços por trabalho de consultoria”, relatou a acusação. “Esse engano foi realizado por meio de repetidas declarações falsas por parte dos dois réus.”
Blatter disse ao tribunal nesta segunda-feira, 3, que não foi culpado. “Quando você fala sobre falsidades, mentiras e enganos, esse não sou eu”, declarou ele. “Isso nunca existiu em minha vida.”
Ele apelou inclusive para suas convicções pessoais. “Tínhamos princípios em minha família – só pegávamos o dinheiro que ganhávamos”, disse ele, antes de concluir: “Sou inocente”.
A acusação impediu Michel Platini de suceder Blatter, que renunciou à FIFA em 2015 depois de outro escândalo de corrupção.
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Em todos estes anos, Blatter e Platini enfrentaram uma série de processos legais, em tribunais esportivos e em civis, além do Tribunal de Arbitragem Esportivo de Lausanne.
Em 2022, ambos conquistaram uma vitória no Tribunal Penal Federal de Bellinzona, onde foram absolvidos das acusações. No entanto, a sentença foi apelada, e o tribunal decidiu transferir o julgamento para Muttenz, depois de Platini conseguir uma decisão favorável ao recusar os juízes de Bellinzona.
Os promotores suíços, segundo a AP, pediram penas de 20 meses de prisão, caso ambos sejam considerados culpados. As sentenças foram suspensas por dois anos. O julgamento está previsto para se estender até o dia 9 de março, com dias adicionais reservados para os dias 11 e 12 de março. No período, Blatter poderá celebrar seu 89º aniversário no dia 10 de março sem estar presente no tribunal.
