Ao menos dez pessoas morreram e outras 58 ficaram feridas na cidade de Kherson, na Ucrânia, durante um ataque russo no sábado 24, informaram autoridades ucranianas. A Rússia nega a autoria do bombardeio.
Fotos compartilhadas pelo presidente Volodymyr Zelensky em suas redes sociais mostram carros em chamas e corpos de civis nas ruas da cidade. Kherson foi tomada por tropas russas no início da invasão e retomada pelos ucranianos em novembro.
Segundo autoridades ucranianas, ao menos 16 dos feridos estão em estado grave.
“Redes sociais provavelmente vão marcar as fotos como conteúdo sensível, mas este não é um conteúdo sensível: é apenas a vida real dos ucranianos”, escreveu Zelensky. “A Rússia continua bombardeando a população civil. Estas não são instalações militares; esta não é uma guerra com regras. É terror, é matar para intimidar e por prazer.”
O oficial russo Vladimir Saldo, designado como governador da região de Kherson, acusou os ucranianos pelos bombardeios. “Esta é uma provocação repugnante com o objetivo óbvio de culpar as forças armadas russas”, escreveu ele no Telegram.
Os bombardeios atingiram o mercado central de Kherson e ruas próximas. O local costuma ser muito movimentado, em especial aos fins de semana. Kherson também foi alvo de vários bombardeios russos nas últimas semanas, em particular contra as instalações de energia elétrica.
Horas mais tarde, em uma mensagem na véspera de Natal, Zelensky disse que os ucranianos fizeram seu próprio milagre ao permanecerem inflexíveis a despeito dos ataques russos. Ele afirmou que a liberdade tinha um preço alto, mas que a escravidão custaria ainda mais.
“Sofremos no início da guerra — resistimos a ataques, ameaças, chantagem nuclear, terror, ataques com mísseis. Vamos resistir neste inverno porque sabemos pelo que estamos lutando”, disse.