O Brasil é um dos 17 países que assinaram uma carta, publicada nesta terça-feira, 23, que pede a liberação imediata dos reféns que ainda estão em poder do grupo terrorista Hamas. Eles foram sequestrados durante os ataques a Israel no dia 7 de outubro de 2023.
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“Apelamos pela libertação imediata de todos os reféns do Hamas, que se encontram detidos em Gaza há mais de 200 dias”, afirmou um trecho do documento. “Entre eles estão os nossos próprios cidadãos. O destino dos reféns e da população em Gaza, que estão protegidos pelo direito internacional, é motivo de preocupação internacional.”
Os países consideram que a libertação dos reféns traria uma trégua aos conflitos entre Israel e o grupo terrorista na Faixa de Gaza, outro objetivo almejado por eles. As nações consideram que a iniciativa de o Hamas abrir mão dos sequestrados é condicionante para uma paralisação dos combates.
“Salientamos que o acordo sobre a mesa para a libertação dos reféns permitiria um cessar-fogo imediato e prolongado em Gaza, o que facilitaria o envio de assistência humanitária adicional necessária a toda a Faixa de Gaza e conduziria ao fim crível das hostilidades”, acrescenta um trecho do documento.
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Atualização mais recente feita pelo governo de Israel revela que ainda há 130 reféns em Gaza, dos quais 31 podem estar mortos. Um dos que foram sequestrados é o brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, desaparecido desde o início da atual guerra.
Autoridades do Hamas, que têm seguidamente passado informações falsas sobre o destino dos reféns, afirmam que pelo menos 30 mil pessoas morreram na incursão israelense.
Federação Israelita elogia iniciativa do Brasil
A postura do Brasil foi bem recebida por representantes da comunidade judaica. Nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se indispôs com o governo israelense e com representantes da comunidade depois de comparar, em fevereiro, as ações de Israel às dos nazistas no Holocausto.
As divergências geraram uma crise entre os dois países. Embaixadores de ambos os países foram chamados pelos governos locais e ouviram queixas. O do Brasil em Israel, Frederico Meyer, foi chamado de volta a Brasília depois de o presidente Lula ter sido declarado persona non grata em Israel.
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“Esperávamos este tipo de atitude desde o dia 7 de outubro, quando Israel sofreu o mais sangrento ataque terrorista da sua história”, afirma a Oeste Ricardo Berkiensztat, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). “Desta vez elogiamos a atitude da diplomacia brasileira e esperemos que os mais de 130 reféns em poder do grupo terrorista Hamas possam voltar para casa o mais breve possível.”
Além do Brasil, Alemanha, Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Sérvia e Tailândia assinaram a carta.