Depois da queda do regime sanguinário do ditador Bashar al-Assad, o governo do Brasil determinou a retirada dos seus diplomatas da embaixada em Damasco, capital da Síria, conforme informou Oeste. Em meio ao aumento de tensões na região, o embaixador Carlos Duarte, da Secretaria de África e de Oriente Médio, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), permanece em missão no exterior, de acordo com calendário do Itamaraty.
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A decisão de esvaziar a embaixada foi tomada pelo Palácio do Planalto com o MRE, em resposta à crescente instabilidade no país. A operação de retirada ocorre com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Embaixada do Brasil pretende manter-se tecnicamente ativa. Mas o governo federal não considera, contudo, seguro manter os servidores no local. O Brasil segue o exemplo de nações europeias que também optaram por esvaziar suas missões diplomáticas.
O Itamaraty ficou responsável por coordenar a retirada e pelo planejamento do transporte dos servidores da Embaixada para o Líbano.
Incidentes em embaixadas levaram governo do Brasil a agir
A decisão de esvaziar, por segurança, a Embaixada do Brasil em Damasco foi influenciada por outras embaixadas situadas na cidade, incluindo a da Itália.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, convocou uma reunião de emergência neste domingo, 8, para buscar soluções para a na Síria, depois de rebeldes tomarem o poder do país.
“Acompanho com preocupação a evolução da situação na Síria, em contato constante com nossa Embaixada em Damasco e com o Palazzo Chigi”, declarou Tajani, em uma postagem no Twitter/X.
Rebeldes dominam a Síria
No último sábado, 7, a Síria passou por uma transformação significativa em sua política. O regime de Bashar al-Assad, que governava desde 2000, colapsou, levando o líder sírio a buscar refúgio na Rússia “por motivos humanitários”.
A família Assad liderava o país havia mais de 50 anos, mas a pressão de uma ofensiva rebelde intensa se tornou insustentável.
Aproveitando a fragilidade do regime, os insurgentes avançaram em direção à capital, Damasco. Esse movimento ocorre 14 anos depois da Primavera Árabe, que resultou na queda de vários líderes autoritários no Oriente Médio.
Líderes rebeldes que buscam o poder instalaram suas bandeiras em diversas províncias, como mostra este vídeo:
SÍRIA
— Jordi Llaonart (@arabislamblog) July 1, 2024
Els grups rebels que controlen la província siriana d'#Afrín (molts tenen l'origen en Al-Qaida) s'han alçat contra la presència turca a la zona.
Ataquen bases de l'exèrcit turc.pic.twitter.com/0g7EQ5db0C
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