Thiago Allan Freitas, de 38 anos, é empresário brasileiro e mora em Guayaquil, cidade equatoriana mais atingida pela criminalidade. Ele foi sequestrado na terça-feira 9 e ficou cerca de 36 horas nas mãos dos criminosos.
Em entrevista a Oeste, Thiago contou os momentos de terror que passou, enquanto esteve no cativeiro. Ele estava em sua casa, procurando carros para comprar em um aplicativo de celular. Ao entrar em contato com uma concessionária, um suposto funcionário disse que enviaria uma representante da empresa para encontrar Thiago.
O brasileiro e a suposta representante da concessionária se encontraram em um local público. Ela, de carro, convidou Thiago para uma carona até a concessionária. Ao entrar no veículo, o brasileiro percebeu que havia sacolas no banco da frente, do passageiro. Por isso, teve de sentar no banco de trás.
“Isso estava planejado”, disse a vítima, na entrevista. “Tratava-se de uma mulher, então fiquei tranquilo.”
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Thiago disse que conversava normalmente com a mulher, quando, de repente, o carro parou e dois homens entraram no veículo, um de cada lado. Os criminosos bateram nele e o levaram para o cativeiro.
“Me levaram para uma casa, que ficava justamente onde o carro parou”, relatou. “Era uma casa pequena — quarto, cozinha e banheiro, somente. Em todo tempo fiquei amarrado na cozinha. Eram bem agressivos. Eles mostravam vídeos de pessoas cortadas, diziam que eu tinha que colaborar, falavam que já estava morto. Eu tinha que escolher entre uma morte rápida ou uma morte mais demorada.”
Os bandidos faziam gravações e mandavam para a namorada dele. O brasileiro contou que havia crianças, parentes dos criminosos, no cativeiro.
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“O mais triste de tudo é que havia crianças ali, provavelmente de 5 ou 8 anos de idade”, disse Thiago. “Elas passavam por cima de mim, como se estivessem acostumadas com aquilo.”
Polícia do Equador agiu rápido
O brasileiro disse que a polícia agiu rápido. Os agentes foram até a casa da namorada do empresário, abriram o computador dele e entraram no WhatsApp Web. Com isso, os policiais conseguiram achar a localização do aparelho, mas havia outro problema: essa localização era genérica, apenas da região onde o brasileiro estava, e não exatamente do cativeiro.
“Mas Deus é tão grande que a viatura parou justamente na frente da casa onde eu estava”, contou Thiago. “Eu escutava os bandidos falarem que estava estranho, que o carro da polícia estava na frente do cativeiro.”
A libertação
Foi neste momento que os criminosos tentaram tirá-lo da casa e levá-lo para outro lugar. Thiago acredita que seria morto pelos sequestradores. Entretanto, no momento em que tentavam sair do cativeiro escondidos, a polícia os encontrou e o libertou.
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Thiago disse que hoje sofre traumas e que tenta mandar os filhos para o Brasil. Ele também quer sair do Equador, mas precisa fazer os processos burocráticos para fechar seu negócio.
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