O brasileiro sequestrado pelo Hamas, Michel Nisenbaum, 59 anos, está vivo, segundo afirmou a irmã dele, Mary Shohat, em entrevista nesta terça-feira 12 em São Paulo. Ela se baseou em informações recebidas pelas autoridades israelenses.
Leia mais: “Familiares de reféns do Hamas são recebidos em São Paulo: ‘Queremos que nos ajudem'”
“O notebook dele está vivo na Faixa de Gaza, por isso nos disseram que o Michel está vivo na Faixa de Gaza”, contou a familiar. “Nos avisaram que é muito provável que ele esteja lá, pela localização do notebook dele.”
Em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira 11, ela afirmou que lhe foi dito que o governo irá se empenhar para que Michel retorne. Mary disse que o governo assumiu que o brasileiro sequestrado pelo grupo terrorista é o irmão dela.
“Pelo que sabemos, sim.”
A irmã conta que, várias semanas depois dos ataques de 7 de outubro, foi encontrado o carro que Michel dirigia, vindo de Sderot, onde mora. Ele, que nasceu em Niterói (RJ), ia buscar a neta na base de Reim, onde o pai dela é soldado. No caminho, Michel se deparou com os terroristas.
Leia mais: “Quem é o brasileiro mantido refém pelos terroristas do Hamas”
“O carro estava totalmente queimado, as autoridades viram que o carro era dele depois de revisar o número do chassi”, contou ela. “A polícia fez todas as pesquisas dentro e fora do carro, de DNA, não encontraram absolutamente nada de tão queimado que estava.”
Relação próxima
Dias depois, Mary prossegue, encontraram o telefone celular de Michel próximo ao carro.
“Eles abriram o telefone e escutaram o que tinha lá, fora isso não tivemos mais nenhuma informação.”
Moradora de Beer Sheva, também no sul Israel, mas mais próxima do centro, Mary conta que tinha uma relação muito próxima com o irmão. Ele mora em Israel há 35 anos, trazido pela irmã, seis anos mais velha, que veio um ano antes.
“Ele me ajudava a cuidar de nossa mãe de 87 anos (Sulmira), em tudo que precisávamos.”
Michel tem duas filhas, Michal Ben David e Hen Mahluf, e cinco netos.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Hen, na conversa com a imprensa no clube Hebraica, em São Paulo, nesta terça-feira, destacou a característica solidária pela qual o pai ficou conhecido.
“Sabemos que naquela manhã ele ajudou outras pessoas que viu no caminho e eles estão vivos em casa”, conta a filha.
“Eu dizia a ele, e isso ficou na minha cabeça: como ajuda aos outros se não ajuda a você mesmo?”
Em seguida, ela completa. “Mas, esse é meu pai. Ajuda a todos, menos ele. Eu o amo muito. Meus filhos o amam muito. Ele tem que voltar para casa porque tem muitas coisas que eu não disse a ele. E eu não sei tudo o que ele queria me dizer.”