O Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos divulgou um vídeo nesta quinta-feira, 26, que mostra um caça chinês J-11 que quase colidiu com um avião militar norte-americano B-52.
#USINDOPACOM Statement on #PRC Unprofessional Intercept: "A People’s Republic of China J-11 pilot executed an unsafe intercept of a U.S. Air Force B-52 aircraft which was lawfully conducting routine operations over the South China Sea…"
— U.S. Indo-Pacific Command (@INDOPACOM) October 26, 2023
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A aeronave de Pequim passou a apenas 3 metros do avião dos Estados Unidos, um raspão em termos aeronáuticos. A ação aconteceu sobre o Mar do Sul da China, em espaço aéreo internacional, na terça-feira 24.
Essa porção do Pacífico, no sudeste asiático, tem grande importância para o comércio internacional e é alvo de disputas por países da região.
A China considera como sua 85% das águas territoriais da região, o que é contestado por países vizinhos e pelos Estados Unidos.
Washington frequentemente envia navios de guerra e aeronaves para patrulhar a região, conhecida como zonas de livre navegação.
Caça com ‘velocidade descontrolada’
Segundo as forças armadas norte-americanas, durante a interceptação noturna, o piloto do J-11 voou de forma pouco segura e profissional, em velocidade “excessiva e descontrolada” abaixo e na frente do bombardeiro B-52.
“A intercepção da RPC (República Popular da China)foi realizada à noite, com visibilidade limitada, de forma contrária às regras e normas internacionais de segurança aérea”, afirmou o comando.
“Achamos que o piloto não sabia o quão perto ele estava.”
Não é a primeira vez que os Estados Unidos reclamam de uma intercepção como essa. No dia 17 de outubro, o Departamento de Defesa norte-americano divulgou um vídeo com diversas ocorrências semelhantes. Pequim não respondeu.
Os militares dos Estados Unidos informaram que 180 encontros desse tipo foram registrados por oficiais do país desde o outono de 2021.
“Os Estados Unidos continuarão a voar, navegar e operar – com segurança e responsabilidade – sempre que as leis internacionais permitirem”, declarou em nota o comando.
“Esperamos que todos os países do Indo-Pacífico operem no espaço aéreo internacional com segurança e de acordo com o direito internacional.”
Incidentes em interceptações têm se tornado muito comuns em todos os pontos disputados no mundo.
Observadores militares acreditam que seja uma questão de tempo para que algo mais sério ocorra, como a queda de um caça chinês depois de bater em um avião-espião dos Estados Unidos, que conseguiu pousar, em 2012.
No mar Negro, próximo ao teatro de operações da Guerra da Ucrânia, um caça russo Su-27 derrubou um drone norte-americano Reaper no início deste ano.