Câmara dos EUA aprova 'reforma' da polícia

Entre outros pontos da lei do Partido Democrata está o ataque à imunidade policial, que protege o agente da acusação de supostos abusos em operações

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou ontem a “Lei George Floyd”, que trata de uma reforma radical na polícia norte-americana. Encabeçado pelos democratas, o projeto visa a “combater o racismo e a brutalidade das forças de segurança dos EUA”.

Entre outros pontos, a medida ataca a imunidade policial, um mecanismo que o protege da acusação de supostos abusos em operações contra bandidos. Além disso, proíbe a entrada do agente em residências sem notificar os moradores em casos relacionados a drogas.

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De acordo com essa lei, também fica vedada a adoção do estrangulamento para combater possíveis criminosos. O ex-segurança George Floyd foi morto no mês passado dessa forma. Ainda, estabelece um banco de dados para “rastrear má conduta policial”.

“A legislação transformará fundamentalmente a cultura da polícia para combater o racismo sistêmico, reduzir a brutalidade policial e salvar vidas, pois põe fim à proteção da polícia contra a responsabilização”, afirmou a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que é democrata.

Oposição promete reagir

Apesar do avanço da lei na Câmara por 236 votos a favor e 181 contra, os republicanos prometem barrar o projeto no Senado. O presidente Donald Trump argumenta que a medida proposta pela esquerda promove o “enfraquecimento da polícia e o fim de sua imunidade”.

Em contrapartida, Trump defende a proposta de seu partido, que foi barrada pelos democratas na terça-feira 23, sem sinais de novas negociações. Em síntese, uma reforma com medidas brandas, como negar doações federais a departamentos de polícia que não abolirem a imobilização por asfixia.