Uma tempestade de neve está impedindo que cerca de 3 mil caminhoneiros, sendo 2 mil brasileiros, saiam da região dos Andes, na Argentina. Ainda não existe previsão de liberação das pistas, segundo autoridades argentinas.
Muitos caminhões tinham como destino o Chile, quando a passagem internacional Paso Cristo Redentor, na fronteira dos dois países, foi fechada há 13 dias. Os motoristas estão parados em pátios próximos à estrada. Foi montada uma cozinha de campanha para entrega de alimentos.
“Em Uspallata, algumas vezes por dia, nos trazem água e uma sopa muito boa”, contou ao jornal Correio do Povo o motorista gaúcho Júlio Cezar Machado Baptista, que está preso há 15 dias no distrito argentino, quando retornava do Chile. “Há muitos outros caminhoneiros (retidos pela nevasca) que não têm onde comer.”
Leia mais: “Incêndio atinge o Instituto do Coração em São Paulo”
Dormindo dentro do veículo, Baptista incentiva os colegas a não desafiarem a neve. Segundo ele, muitos caminhoneiros não entendem que é melhor esperar em um lugar seguro do que tentar cruzar a nevasca.
Argentina trabalha para auxiliar caminhoneiros presos em nevasca
Equipes trabalham na desobstrução da rodovia que liga os dois países pela Rota Nacional 7, situada a mais de 3 mil metros de altitude.
O Ministério do Interior da Argentina explicou, em nota, que a situação pode demorar mais do que o esperado. A pasta pediu às empresas e aos motoristas que reprogramem seus itinerários, enquanto aguardam uma definição da Agência Nacional de Segurança Rodoviária.
Dois rios atmosféricos e uma frente fria atingiram o Chile nos últimos dias, com acumulados de chuvas extremas e inundações, sendo que, nos pontos altos, a umidade se converteu em neve. O mau tempo causou ao menos três mortes e deixou mais de 34 mil pessoas isoladas no Chile.