O presidente da Argentina, Javier Milei, gravou um vídeo de final de ano para a população e falou em “catástrofe bíblica”. Além disso, ele afirmou que nunca prometeu um “caminho de rosas”.
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De acordo com o presidente, o ano de 2024 vai ser difícil para todos. O país pode enfrentar “uma catástrofe econômica de magnitude desconhecida para qualquer argentino vivo”, caso o Congresso não aprove as medidas que seu governo enviou.
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A chamada “lei ônibus” [por transitar por diversos setores, da economia à política] tem um total de 664 artigos. Ela propõe, entre outros pontos, a eliminação das eleições primárias, mudanças no âmbito penal e desregulamentação da economia.
Proposta liberal
As propostas de Milei visam a atribuir ao Executivo poderes sobre matérias que precisariam do aval do Legislativo. Têm também o objetivo de atrair investimentos e reduzir a burocracia estatal.
“Estamos falando de uma economia com 15 pontos de déficit consolidado, com uma emissão monetária de 20 pontos do PIB nos últimos quatro anos, com preços artificialmente reprimidos na energia e nos transportes até um quinto do ser valor real, com um banco central sem reservas e com uma inflação que nas últimas semanas atingiu 1,2% diariamente. Isso anualizado implicaria em torno de 7.500% ao ano”, afirmou Milei no discurso de fim de ano.
O presidente afirmou ainda que tais medidas são os primeiros passos para a Argentina “virar a página”. O país deixaria para trás, assim, o modelo econômico que o levou à pobreza.
Governo Milei tem minoria no parlamento
Javier Milei tem minoria no Legislativo, o que torna difícil a aprovação de suas pautas. Por isso, o presidente convocou a população a pressionar os deputados e senadores para que aprovem as mudanças.
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“Tenho certeza que haverá luz no fim do caminho”, defendeu Milei. “Se todos os atores políticos, sociais, sindicais e empresariais do país compreenderem o momento histórico que vivemos e apoiarem nosso programa.”
Não fica dúvidas de como a Argentina está quebrada. O poder executivo de Milei respeita os três poderes e pede através do canal correto, à população, que o legislativo seja sensibilizado. Se isso não acontecer, a Argentina irá sofrer ainda mais. É o erro que o Brasil repetiu e que ainda irá aprender a custo de mais pobreza.